O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta quinta-feira, 19, a continuidade da detenção de Marcelo Câmara após a audiência de custódia realizada no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está entre os militares acusados de tentar um golpe de Estado. A defesa de Câmara informou que apresentará recurso no STF, alegando que a prisão não deveria ter sido efetuada.
Câmara foi preso na quarta-feira, 18, pela Polícia Federal (PF) sob ordem do ministro Moraes, em uma medida preventiva. Segundo o magistrado, o coronel, através de seus advogados, tentou obter dados confidenciais referentes à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
O ministro identificou esse ato como tentativa de obstrução de investigação. Além disso, destacou que o réu desrespeitou a proibição de usar redes sociais, próprias ou de terceiros, e de manter contato com outros investigados, mesmo indiretamente.
O advogado criminalista Eduardo Kuntz, representante do coronel, entregou ao STF conversas mantidas com Mauro Cid através de uma conta no Instagram nomeada “Gabriela” (@gabrielar702), buscando anular a delação do tenente-coronel.
Moraes afirmou que Kuntz ultrapassou os limites legais da advocacia e abriu um inquérito separado para investigar ambos, o advogado e o coronel.