Depois de condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, o Supremo Tribunal Federal (STF) já se prepara para os próximos passos do caso que envolve vários grupos ligados ao golpe, segundo reportagem d’O GLOBO.
O tribunal enfrentará meses com novos julgamentos e investigações, mantendo o bolsonarismo sob forte pressão, incluindo a possível prisão em regime fechado de Bolsonaro.
Espera-se que até 2026, com a posse do ministro Edson Fachin na presidência marcada para 29 de setembro, o STF entre em um período mais calmo. Conhecido pelo perfil discreto e institucional, ele é visto como fundamental para tirar o STF dos holofotes e tentar melhorar a relação com o Congresso. Fachin terá como vice o ministro Alexandre de Moraes, repetindo a dupla que trabalhou no TSE em 2022.
Antes dessa fase mais estável, a Primeira Turma, responsável pela condenação de Bolsonaro, examinará os processos dos outros grupos. O chamado “grupo da desinformação”, apontado por realizar ataques ao sistema eleitoral, está quase concluído, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar a condenação de sete acusados.
Outros grupos também estão perto do final: os chamados “kids pretos” e o “operacional”, que inclui o ex-assessor presidencial Filipe Martins e o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques.
Apesar da busca por estabilidade, os ministros sabem que ainda haverá momentos difíceis. Entre eles, estão as investigações sobre emendas parlamentares, sob responsabilidade do relator Flávio Dino, e a possibilidade de denúncia contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já indiciado por coação a autoridades e tentativa de destruir o Estado Democrático de Direito.