A prefeitura de Sorocaba, na região interna de São Paulo, declarou situação de emergência devido aos casos de envenenamento por bebidas alcoólicas que contêm metanol.
Um decreto publicado na sexta-feira, 3, pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) autoriza os agentes da Vigilância Sanitária e da Guarda Civil Municipal a entrarem em locais suspeitos de armazenar ou vender bebidas adulteradas com metanol, apreendendo os produtos. Quem for responsável pode receber multa de até R$ 1 milhão.
O decreto também permite a compra imediata de 200 doses de antídoto para ser distribuído nas unidades de saúde da cidade, para tratar casos de intoxicação.
O prefeito afirma que essa ação é para prevenir novos casos no município.
Rodrigo Manga esclareceu que o objetivo é acelerar a resposta da prefeitura diante de denúncias, permitindo a entrada nos locais sem precisar de autorização policial. Ele destacou a parceria com as polícias Civil e Militar, mas explicou que algumas situações requerem ação rápida, principalmente contra fábricas clandestinas de bebidas, que serão o foco principal.
O Ministério da Saúde registrou até sexta-feira, 3, 113 casos suspeitos de intoxicação pelo metanol após consumo de bebida alcoólica contaminada. Os estados da Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram seus primeiros casos.
No total, são 11 casos confirmados em todo o país e 102 em investigação, sendo que 101 dessas notificações são em São Paulo, com 11 casos confirmados e 90 em apuração. Pernambuco tem 6 casos em investigação, Bahia e Distrito Federal registram 2 casos cada, e Paraná e Mato Grosso do Sul têm 1 caso cada em investigação.
Dos 113 casos reportados, 12 pessoas morreram, incluindo um óbito confirmado em São Paulo. Outras 11 mortes estão sendo investigadas em São Paulo, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul.
Para o especialista em Segurança Pública, André Santos Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), as ações da prefeitura são positivas se estiverem focadas na fiscalização administrativa do município.
Ele ressalta, porém, que buscas em estabelecimentos para investigar crimes devem ser feitas apenas com autorização judicial, no âmbito de inquérito policial. André Santos Pereira destaca a importância da atuação integrada das autoridades públicas.