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sábado, 02/08/2025

Soldado israelense conta que Mossad ajudou em fuga do Brasil

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Em Brasília

Yuval Vagdani, militar das Forças de Defesa de Israel (FDI) e alvo da Justiça brasileira desde janeiro, revelou que a agência de inteligência israelense, Mossad, auxiliou em sua saída do Brasil. A declaração foi dada em entrevista ao portal israelense N12 News na última sexta-feira (25/7).

Acusado de crimes de guerra na Faixa de Gaza, Vagdani tornou-se alvo da Justiça brasileira após denúncia da Fundação Hind Rajab (HRF), exposta pelo Metrópoles. Informado pelo governo israelense, o soldado deixou o Brasil para evitar o processo judicial.

“Recebi telefonemas e uma ligação do Ministério das Relações Exteriores”, contou Vagdani à imprensa de Israel. “Coloquei no viva-voz e disseram que eu precisava sair do Brasil imediatamente para evitar ação judicial. Perguntei quem era e fui informado que quem falava era um agente do Mossad.”

Durante a saída, ele foi entrevistado pela Polícia Federal no Aeroporto de Salvador, onde relatou ter enganado os agentes dizendo que não compreendia inglês, o que garantiu sua liberação.

De Salvador, Vagdani seguiu para a Argentina, onde a embaixada israelense em Buenos Aires o ajudou a retornar a Israel.

Acusações de crimes em Gaza

Após identificar Vagdani no Brasil, a HRF solicitou investigação criminais ao alegar que ele participou da destruição de um bairro inteiro no corredor Netzarim, localizado na Faixa de Gaza.

Segundo a organização, que denuncia abusos contra palestinos, a ação ocorreu fora do contexto de combate, com o objetivo deliberado de causar danos à população civil.

Nos documentos judiciais, a HRF anexou provas coletadas por meio de uma investigação baseada em inteligência aberta. Em redes sociais, Vagdani chegou a comemorar ações israelenses na região, que provocaram milhares de mortes.

Entre as publicações, ele pediu que Israel “continuasse destruindo este lugar desprezível sem interrupção até o seu fim”, referindo-se a Gaza.

A HRF também pediu à Justiça a emissão de mandado de prisão temporária contra Vagdani, alegando risco de fuga ou de destruição de evidências. Contudo, o pedido não foi atendido a tempo pela Justiça.

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