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sexta-feira, 01/11/2024
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Sobe para três o número de presos por incêndios criminosos em SP, diz governador

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Em Brasília

(Sergio Barzaghi / Governo do Estado de SP/Flickr)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, informou nesta segunda-feira a prisão de um terceiro suspeito pela realização de incêndios criminosos no estado. Em meio à onda de queimadas, dois homens já haviam sido presos nos municípios de São José do Rio Preto e Batatais, no domingo. A terceira apreensão, confirmada por ele em entrevista a GloboNews, teria ocorrido também neste final de semana na cidade de Porto Ferreira.

— Nós temos três situações. Primeiro, uma combinação de estiagem severa, baixa umidade relativa do ar, ventos fortes, e aí qualquer coisa provoca uma ignição e o espalhamento desses incêndios. Nós tivemos a ação de criminosos — disse o governador.

Segundo a GloboNews, o homem preso pela Polícia Militar em Batatais é um mecânico de 42 anos, encontrado após denúncia anônima. Foram apreendidos também um litro de gasolina, um isqueiro e um celular, onde a PM encontrou vídeos do criminoso comemorando os incêndios que atingem o estado. Ele deve ser encaminhado para o presídio de Franca. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública ainda não deu detalhes sobre as prisões.

O governador disse também que os focos de incêndio na região de Piracicaba, Araçatuba e Alta Paulista já foram controlados. O combate às chamas agora se concentra em Ribeirão Preto.

Na manhã deste domingo, 21 cidades do interior de São Paulo ainda enfrentam focos ativos de incêndio. Ao todo, 46 municípios são monitorados pelo gabinete de crise liderado pelo governo do estado e estão em alerta máximo para queimadas.

O número de queimadas no estado tinha caído de 1.886 na sexta para 305 no sábado, e neste domingo uma frente fria avançou pela região sudeste, aliviando o problema. Foram registrados relatos de chuva em diversas cidades do interior paulista neste domingo.

Ação coordenada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se reuniram com funcionários do Ibama em Brasília neste domingo para discutir e anunciar medidas para combater os incêndios no interior de São Paulo e em outros estados. Segundo Marina, a Polícia Federal já abriu 31 inquéritos entre Amazônia e Pantanal, além de dois em São Paulo.

— É uma verdadeira guerra contra o fogo e criminalidade — disse Marina: — Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência nesses anos de trabalho com fogo.

Ainda em sua declaração, a ministra relembrou o “Dia do Fogo”. Em 10 de agosto de 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, produtores rurais da Região Norte do país teriam iniciado um movimento conjunto para incendiar áreas da Amazônia. A data foi classificada por ambientalistas como momento-chave na história recente da região.

Dados do período apontam que a partir de 10 de agosto houve um aumento substancial no número de focos de incêndio em diversas cidades da Região Norte, principalmente no estado do Pará. À época, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou haver indícios de uma “ação orquestrada” para incendiar pontos da floresta.

— Do mesmo jeito que nós tivemos o ‘dia do fogo’, há uma forte suspeita de que agora esteja acontecendo de novo — analisou a ministra.

A ministra reforçou que Lula criou há mais de dois meses uma sala de situação para monitorar o problema de estiagem e fogo. Também informou a decisão do presidente de participar de reunião na Casa Civil, com mais de 20 ministérios e governadores dos estados atingidos para tratar dos focos de incêndio.

Marina também afirmou que os órgãos públicos estão dividindo os esforços para combater os incêndios e achar os culpados. Além de órgãos ambientais e Polícia Federal, integram os trabalhos ministérios como Casa Civil, Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça.

— Cada um tem uma função específica nesse processo para apagar o fogo — disse Marina.

Durante o encontro, na sala de monitoramento do Ibama, Lula falou sobre a temporada de queimadas.

— Depois que ele se propaga… Eu fui uma vez com a Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente) em Roraima, no Amapá. A gente acaba de apagar o fogo, você vira as costas ele volta maior ainda. Aí, você apaga outra vez e ele volta outra vez — disse Lula.

 

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