O mercado internacional se empolgou, nas últimas semanas, com a ascensão do preço de uma commodity: o minério de ferro, que teve uma alta em seu valor — algo que, por tabela, beneficiou o Brasil, segundo maior produtor do elemento. Entretanto, segundo um especialista consultado pela Sputnik Brasil, essa alta não é contínua a médio ou longo prazo.
“A economia chinesa não tem perspectivas de sequer estabelecer uma meta de crescimento. Relatórios de bancos ocidentais, como o do Goldman Sachs, apontam para uma tendência de queda na demanda por minério de ferro, porque o setor de construção da China está claramente passando por dificuldades. Há uma desvalorização, e não se sabe até que ponto o governo chinês vai injetar recursos. Ainda que injete recursos, há uma grande desconfiança por parte do mercado. Então se trata de uma demanda de curta duração, e se deve ao fato de ter havido um pequeno aumento na produção das siderúrgicas chinesas, que acabaram por demandar mais minério de ferro — o que não significa que seja uma onda duradoura”, explica.
Baixo impacto na economia e nas eleições brasileiras
“Até porque, diferentemente da soja, cuja cultura se espalha por diversos estados brasileiros, o minério de ferro basicamente provém de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul e do Pará. Minas Gerais, porém, é um estado que foi vítima de grandes tragédias ambientais [nas cidades de Mariana e Brumadinho]. O dinheiro da mineração não necessariamente circula nas comunidades. São poucos funcionários atualmente, em uma mineração internacionalmente competitiva, então o pessoal não vê a cor do dinheiro”, analisa.