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sábado, 23/11/2024
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Smartphone sem carregador e fone de ouvido vai virar o novo normal?

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Após retirada dos acessórios do iPhone 12, existem rumores de que a Samsung pode tirar os carregadores da caixa em um futuro próximo

Após retirada dos acessórios do iPhone 12, existem rumores de que a Samsung pode tirar os carregadores da caixa em um futuro próximo

Na semana passada a Apple anunciou que as versões do iPhone 12, mais novo smartphone da companhia, não viriam acompanhadas de carregadores ou fones de ouvido em suas caixas. Até mesmo modelos mais antigos de iPhone, como XR e 11, já estão sendo enviadas sem os  acessórios. Segundo a empresa, o objetivo da retirada é bastante simples: a redução de lixo eletrônico no mundo.

Com a confirmação desse rumor em relação aos celulares, ficou a dúvida se isso não poderia acontecer também com outras fabricantes.

É claro que, para alguns concorrentes, como a Samsung, a Xiaomi e a Motorola, o momento foi bastante oportuno para fazer piada com a decisão da Apple. Em publicações feitas no Twitter e no Instagram, as empresas enfatizaram a presença de carregadores em seus smartphones.

Apesar disso, existem boatos de que a sul-coreana Samsung também pode retirar alguns de seus acessórios da caixa de lançamentos do ano que vem — incluindo o carregador — com a justificativa de redução de custo para o consumidor.

A informação, dada inicialmente pelo site coreano ETNews, afirmou que “vários funcionários da empresa disseram que ela está discutindo com parceiros como remover os componentes dos novos smartphones”. A determinação, de acordo com o site, foi dada porque, para a Samsung, já é imaginado que as pessoas tenham carregadores o suficiente depois de mais de 10 anos no mercado de celulares inteligentes.

O mesmo foi afirmado pela Apple, que acredita que seus clientes conseguiram fazer uma coleção de carregadores e fones da marca — uma realidade que pode ser mais assertiva nos Estados Unidos, mas que muda no cenário brasileiro.

Segundo o site irlandês StatCounter, a Samsung é a fabricante de celulares com a maior participação no mercado global, de 30,6%. A Apple, em seguida, tem quase 25% de participação. Em quarto lugar está a Huawei, com 10,6% do mercado. A Xiaomi, em quinto, tem uma fatia de 9,47%.

Nos Estados Unidos, a Apple é líder disparada, sendo responsável por 59,7% dos smartphones no país. Mas no Brasil, o mercado é dominado pela Samsung (com 44,6%), seguido pela Motorola (21,6%) e somente depois pela Apple (14,3%).

De acordo com a empresa, há 2 bilhões de adaptadores disponíveis nas casas dos usuários, além de 700 milhões de fones de ouvido com entrada lightning (nome dado à entrada proprietária que a Apple inclui nos iPhones). A redução de espaço significaria caixas menores, mais iphones por containers, menos espaço tomado na logística. O impacto final, dados da empresa apontam, seria equivalente a menos 450.000 carros nas ruas todos os anos.

Mas, por aqui, a ideia da retirada dos acessórios pode não ser tão popular quanto em seu país de origem.

Os altos preços dos celulares da gigante americana podem ser um dos motivos para a baixa penetração no bolso dos brasileiros — um celular de entrada com sistema operacional Android é relativamente mais barato que um iPhone. Enquanto um Samsung Galaxy A01 custa em média 700 reais, um iPhone 8 (lançado em 2017) ainda é vendido por algo entre 3.500 reais e 4.000 reais, uma diferença de quase 80%. A alta no dólar não ajuda nesse quesito e até mesmo modelos mais antigos ficaram mais caros com o lançamento do novo smartphone.

É fato também que os cabos comumente utilizados por fabricantes de smartphones Android também pode ser utilizado em uma quantidade maior de dispositivos — como no Kindle, nos controles do Xbox One, entre outros que possuem a entrada MicroUSB — enquanto as entradas da Apple não podem ser amplamente usadas da mesma forma. A empresa fundada por Steve Jobs adota o cabo do tipo USB-C desde 2019, mas modelos anteriores ainda não estão no novo padrão.

Na França a adoção de uma caixa de iPhone sem os dois acessórios não vai poder acontecer conforme o previsto. Isso porque, por lá, a legislação obriga que fabricantes incluam fones de ouvido em seus aparelhos. Os carregadores conseguem fugir — não existe uma lei francesa que proíba a falta de um cabo e de um adaptador.

Além da Samsung, não existem (ainda) boatos de que outras companhias devem adotar a ideia da Apple, que foi ao mesmo tempo muito celebrada por alguns e duramente criticada por outros. A decisão pode ter assustado as demais empresas que querem tomar uma atitude parecida nos próximos anos, mas é claro que nada está gravado na pedra.

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