O cardiologista William Wilson tinha 63 anos quando sofreu um infarto que quase lhe custou a vida. “Sei que tive muita sorte por estar aqui respirando”, reconhece o médico americano.
Em uma entrevista ao hospital Parkview Health, onde atua, ele detalhou os sinais que percebeu e relatou como foi enfrentar um ataque cardíaco ciente do que estava acontecendo com seu corpo: “Fiquei entre 30 e 60 segundos em negação”, conta ele.
O infarto e seus sintomas
No Brasil, são registrados entre 300 mil e 400 mil infartos anualmente, com uma morte a cada cinco a sete casos. Quanto mais rápido o atendimento médico, maior a chance de salvar a vida do paciente.
O infarto do miocárdio acontece quando coágulos bloqueiam o fluxo sanguíneo no coração, levando à morte das células cardíacas.
Os sintomas mais comuns incluem dor ou desconforto no peito, que pode se estender para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, para o braço direito. Essa dor geralmente é forte e persistente, acompanhada de sensação de peso ou aperto no tórax, suor frio, palidez, falta de ar e sensação de desmaio.
Qualquer pessoa com artérias obstruídas pode sofrer um infarto. Fatores como sedentarismo, tabagismo, estresse e idade avançada aumentam o risco. Em idosos, a falta de ar pode ser o sintoma predominante.
Diabéticos e hipertensos têm duas a quatro vezes mais probabilidade de apresentar um infarto. Para diabéticos, a emergência pode acontecer sem sintomas evidentes, exigindo atenção redobrada.
Em situações de ataque cardíaco, deve-se ligar imediatamente para o SAMU pelo telefone 192 para receber orientações e garantir o transporte rápido ao hospital.
Sintomas iniciais sutis
Em 22 de janeiro de 2018, durante suas férias, o cardiologista William Wilson começou a se sentir mal enquanto fazia um exercício leve na esteira ao lado da esposa.
Apesar de sempre ser uma pessoa ativa, notou que seu desempenho estava abaixo do esperado e que estava suando demais. “Não senti uma dor aguda, mas um desconforto no peito, como se algo estivesse me pressionando”, relata.
Mesmo com a sensação não sendo forte, ele reconheceu os sinais até que outro sintoma clássico apareceu, porém frequentemente ignorado.
“É comum que pessoas com infarto sintam uma vontade urgente de ir ao banheiro. Isso faz parte da ativação do sistema nervoso durante o infarto. Foi exatamente isso que aconteceu comigo na academia”, revela o médico.
Tratamento rápido e eficaz
Após ir ao banheiro e orar por um momento, William decidiu falar com a esposa. “Ela pensou que eu estivesse sentindo uma dor antiga no ombro, mas quando disse que era um infarto, ela assumiu o controle imediatamente”, lembra.
O casal se dirigiu ao hospital mais próximo, onde William precisou passar por um cateterismo emergencial. Apesar da gravidade, recuperou-se bem e sem sequelas graves.
“O segredo para tratar um infarto é buscar atendimento hospitalar rapidamente. Realizo cateterismos diariamente em pacientes com quadros semelhantes ao meu. Poderia ter sido diferente, mas tive sorte de receber cuidados excelentes e seguir as orientações médicas”, conclui.
Hoje, o cardiologista tem uma visão diferente sobre seus pacientes, valorizando mais os relatos e incentivando a não ignorar sintomas, mesmo que pareçam brandos.
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