Uma operação realizada no dia 28, nas áreas do Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, chamou atenção para a grave crise de segurança que afeta vários estados do país. Considerada uma das operações mais violentas dos últimos tempos, resultou na morte de dezenas de pessoas, incluindo policiais civis que cumpriam mandados judiciais, evidenciando a falência das políticas de combate ao crime organizado.
O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) considera essa situação no Rio de Janeiro uma consequência inevitável da falta de investimento nas forças policiais civis estaduais e da longa negligência com a investigação criminal. Para o presidente da entidade, Enoque Venancio de Freitas, a ausência de estrutura e reconhecimento enfraquece o trabalho policial, facilitando o avanço das organizações criminosas.
“O que vemos no Rio de Janeiro e em outros estados é o resultado do abandono da investigação criminal. Sem recursos, tecnologia e valorização, o trabalho policial fica apenas reativo, abrindo espaço para o crime. A população sofre as consequências desse descaso”, explicou Enoque.
Ele ainda destacou que, diferente de outros estados, o Distrito Federal permanece sem controle das grandes facções devido ao trabalho constante e especializado da Polícia Civil do DF (PCDF). O trabalho inteligente e investigativo da PCDF impede que grupos criminosos se instalem na capital do país, tornando o DF um lugar hostil ao crime organizado.
Diante desse cenário, o Sinpol-DF elogiou a decisão do governador Ibaneis Rocha de oferecer o serviço de inteligência e investigação da PCDF ao Governo do Rio de Janeiro para apoiar o combate às facções criminosas. Para o sindicato, essa atitude reconhece nacionalmente o modelo eficiente desenvolvido pela PCDF.
“A Polícia Civil do DF é uma das instituições mais técnicas e bem preparadas do país. O governador ao disponibilizar o apoio da PCDF ao Rio reconhece o valor desse trabalho e a importância de fortalecer as polícias civis como base da segurança pública”, afirmou Enoque.
O Sinpol-DF defende que fortalecer as polícias civis deve ser prioridade em todo o país, com investimentos em pessoal, tecnologia, estrutura e valorização dos profissionais. Isso garantiria um modelo de segurança que integra inteligência, investigação, prevenção e policiais motivados para combater o crime eficazmente.
A entidade ressaltou que o reconhecimento do trabalho da PCDF é fruto do empenho e compromisso dos policiais civis, destacando que valorizar esses profissionais é essencial para manter talentos e assegurar a continuidade da excelência investigativa. “São esses policiais que, com técnica, coragem e dedicação, formam a verdadeira barreira contra o crime na capital. Por isso, insistimos que a valorização é base para bons resultados”, concluiu o Sinpol-DF.
reconhecimento e pesar pelas perdas
O Sinpol-DF também usou suas redes sociais para reconhecer o esforço e a coragem dos policiais civis do Rio de Janeiro na operação realizada no Complexo do Alemão e da Penha. A entidade ressaltou o compromisso desses profissionais que estão na linha de frente do combate ao crime organizado, muitas vezes enfrentando condições difíceis e riscos elevados.
Na mesma mensagem, o sindicato lamentou a morte dos policiais civis Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho e Rodrigo Velloso Cabral, além dos policiais militares que também perderam a vida na ação. O Sinpol-DF se solidarizou com as famílias e colegas das vítimas, estendendo condolências a todos os profissionais de segurança que diariamente enfrentam o desafio de proteger a população diante do aumento da violência.

