O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques solicitou novamente em sua audiência de custódia que seja mantido preso no estado de Santa Catarina, local onde residia anteriormente antes de tentar escapar do Brasil pelo Paraguai, onde acabou sendo capturado. A defesa do Silvinei já havia protocolado um pedido similar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e aguarda uma decisão.
Por enquanto, o ex-diretor da PRF está dividindo a cela com seu antigo superior, Anderson Torres, que exerceu a função de ministro da Justiça durante o governo Bolsonaro.
Silvinei chegou a Brasília (DF) no sábado (27/12) em um voo da Polícia Federal, após ser detido no Paraguai portando um passaporte falso. Ele foi encaminhado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (19º BPM), conhecido como Papudinha, onde também está preso o ex-ministro da Justiça.
A coluna Na Mira, escrita por Carlos Carone, apurou que Silvinei deu entrada no batalhão por volta das 16h30 deste sábado (27/12), chegando ao local com apenas uma pequena mala de viagem.
Anderson Torres está detido no 19º BPM desde 25 de novembro. O Núcleo de Custódia da Polícia Militar (NCPM) é uma unidade exclusiva para policiais militares e autoridades com prerrogativa de Estado-Maior.
Condenação a 24 anos
Silvinei foi sentenciado a mais de 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ele foi capturado no Paraguai enquanto tentava fugir para El Salvador. Até sexta-feira, Silvinei não tinha um mandado de prisão em aberto, apesar da condenação, aguardando o julgamento final no STF, cumprindo apenas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Embora estivesse em liberdade, Silvinei não poderia deixar o território nacional. Após a tentativa de fuga, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão preventiva. A chegada do ex-diretor da PRF ao Papudinha foi registrada em vídeo.
Tentativa de fuga
Silvinei cumpria medidas cautelares em Santa Catarina, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de sair do país. A violação do aparelho de monitoramento gerou alertas às autoridades brasileiras e internacionais.
No Paraguai, Silvinei tentou embarcar com documentos falsos para o Panamá, visando como destino final El Salvador. A tentativa já era monitorada, e a adidância da Polícia Federal no Paraguai havia informado previamente a Polícia local.
Segundo as investigações, Silvinei foi preso tentando passar pelos controles migratórios com um passaporte falso, usando o nome fictício de Julio Eduardo Fernandez. A prisão foi efetuada por agentes locais, com o intuito de burlar a fiscalização de imigração.
Transferência para o Brasil
Após a captura pela polícia paraguaia, Silvinei foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu (PR) na noite de sexta-feira. Ele foi transportado de carro de Ciudad del Este até a fronteira.
A transferência do ex-diretor da PRF para o Brasil ocorreu em cumprimento à expulsão sumária, após acordo entre as autoridades diplomáticas dos dois países. Sob custódia das autoridades brasileiras, Silvinei passou a noite em Foz do Iguaçu (PR).
Na manhã seguinte, decolou de Foz do Iguaçu por volta das 10 horas e chegou à capital federal por volta das 13h15, sendo posteriormente encaminhado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (19º BPM), Papudinha, para cumprimento da prisão preventiva.
