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terça-feira, 21/10/2025

Shutdown nos EUA entra na quarta semana e é o terceiro maior da história

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O governo dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump está em sua quarta semana de shutdown, configurando a terceira paralisação mais longa já registrada no país. A disputa entre republicanos e democratas sobre o orçamento para programas de saúde e despesas federais resultou na interrupção de grande parte das atividades do governo federal, impactando diretamente 1,4 milhão de servidores públicos e causando prejuízos diários estimados em até 2 bilhões de dólares.

Mais de 900 mil funcionários foram suspensos sem pagamento, enquanto cerca de 700 mil continuam trabalhando sem remuneração. O Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca confirmou que aproximadamente 7 mil pessoas foram dispensadas temporariamente em órgãos como Agricultura e Comércio, embora uma decisão judicial recente tenha impedido tais demissões por considerá-las motivadas politicamente.

Linha do tempo da paralisação

A crise teve início em 1º de outubro, quando o Congresso falhou em aprovar o orçamento federal. No dia seguinte, a Casa Branca implementou cortes de pessoal em várias agências. Em 10 de outubro, Trump anunciou a intenção de demitir diversos funcionários supostamente ligados ao Partido Democrata.

Apesar da liminar que suspendeu novas demissões, o governo manteve os cortes e alertou que o número de desligamentos pode chegar a 10 mil caso o impasse persista. O atual shutdown ultrapassou os de 1995 e 2013, aproximando-se do de 2018-2019, que durou 35 dias, o maior da história americana.

Bloco no Senado agrava impasse

Na noite de segunda-feira (20/10), o Senado, controlado pelos democratas, bloqueou pela 11ª vez o projeto de lei republicano para reabrir o governo, com 50 votos contra e 43 a favor, mantendo a paralisação.

Hakeem Jeffries, líder democrata na Câmara, acusou Trump de governar à distância e criar uma crise desnecessária, afirmando que ele precisa abandonar o campo de golfe e resolver o impasse.

Enquanto busca equilibrar política externa e desafios internos, cresce a pressão para que o presidente mude sua estratégia de confronto e negocie uma solução que reabra o governo antes que os danos se agravem.

O que é shutdown

Nos Estados Unidos, o shutdown ocorre quando o Congresso não aprova o orçamento federal, levando o governo a suspender parte de suas atividades. Serviços considerados não essenciais, como museus, parques e parte do funcionalismo público, são interrompidos, enquanto áreas vitais como defesa, segurança e saúde continuam operando. Servidores afetados podem ser afastados ou trabalhar sem receber, ampliando os impactos econômicos e sociais.

Serviços interrompidos e consequências

A paralisação atinge desde instituições de pesquisa, como o Instituto Nacional de Saúde (NIH), até programas de assistência alimentar para famílias de baixa renda. O controle de tráfego aéreo e a Agência de Segurança nos Transportes (TSA) funcionam com equipes reduzidas, e funcionários do Senado ficaram sem salário nesta segunda-feira.

Além disso, os subsídios do Obamacare, ponto central da disputa entre democratas e republicanos, permanecem suspensos. Enquanto os democratas exigem sua renovação imediata, os republicanos preferem discutir o tema após a reabertura do governo.

Impactos econômicos e sociais

Segundo o jornalista e observador da Casa Branca, Fernando Hessel, os efeitos da paralisação ultrapassam a política partidária, com prejuízos diários estimados em 2 bilhões de dólares e impacto negativo de 0,4% no PIB do trimestre em curso.

Embora serviços essenciais como segurança aérea e Medicare continuem, muitas atividades foram paralisadas. Trabalhadores negros são particularmente afetados, representando quase 20% da força de trabalho federal, frente a uma média nacional de 12%. Para essa comunidade, o serviço público sempre simbolizou estabilidade financeira, mas o shutdown tem resultado em diminuição de renda, aumento do endividamento e maior vulnerabilidade.

Recentemente, Donald Trump intensificou tensões comerciais ao declarar uma ‘guerra comercial’ contra a China, anunciando tarifas elevadas que ampliam o confronto econômico entre as maiores potências mundiais.

Quando uma paralisação começa a prejudicar diretamente o PIB americano, isso soa um alerta sério. Essa instabilidade interna favorece competidores externos, como a China, que ganha terreno na economia global.

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