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sexta-feira, 10/10/2025

Setor imobiliário alerta sobre desafios da reforma tributária

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ANA PAULA BRANCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O setor de imóveis e construção está preocupado com a chegada da nova reforma tributária que mudará as regras de impostos sobre o consumo. Embora as mudanças completas só comecem em 2027, já em 2026 haverá um período de testes, e os líderes do setor dizem que ainda não estão prontos para as novas normas.

Ely Wertheim, presidente do Secovi-SP, destacou que “muitos empresários do setor imobiliário ainda não compreenderam o quanto será difícil se ajustar às novas regras” e recomendou que os empresários procurem seus contadores o quanto antes.

Durante o evento Incorpora 2025, representantes como Luiz França, presidente da Abrainc, York Stefan, presidente do Sinduscon-SP, Giovana Brunetta, gestora tributária da Grant Thornton, e Rodrigo Dias, advogado tributarista, discutiram que a falta de preparação pode trazer grandes prejuízos.

Lucas Freitas, da TOTVS, afirmou que o prazo para adaptação já está atrasado e que os custos podem aumentar significativamente em pouco tempo.

Os especialistas explicam que a urgência é porque a mudança afeta a estrutura dos impostos e envolve várias questões práticas, como a forma de aplicar descontos fiscais.

A reforma cria o IMPOSTO SOBRE VALOR AGREGADO (IVA), juntando tributos como PIS, COFINS, ICMS e ISS, o que é importante para melhorar um sistema que hoje cobra impostos sobre impostos. No entanto, este processo é muito complexo.

Essa dificuldade não afeta apenas as grandes empresas. Há grande preocupação em como pequenos fornecedores e empreiteiros vão se adaptar, já que eles são essenciais na cadeia de construção.

Giovana Brunetta ressaltou que a negociação de preços começa pela análise da cadeia de fornecedores.

Com as novas regras, o setor precisará negociar novamente com seus fornecedores, incluindo pequenos negócios que podem precisar mudar seus próprios impostos, o que pode aumentar os custos.

York Stefan alertou que se até a cadeia de construção não está pronta, imagine os pequenos empreiteiros. Muitos terão que escolher novos regimes de impostos e isso pode torná-los menos competitivos. Será necessário educar esses fornecedores para evitar problemas.

Lucas Freitas também avisou que as empresas de tecnologia vão precisar atualizar seus sistemas rapidamente, e deixar isso para última hora pode causar grandes problemas devido à falta de profissionais qualificados.

Apesar das dificuldades, a reforma também pode trazer ganhos, como reduzir impostos em obras públicas e programas habitacionais, o que pode incentivar métodos mais modernos e eficientes na construção civil.

York Stefan, porém, comentou que as prefeituras não estão preparadas para suportar essas mudanças, citando limitações urbanas que dificultam o uso de equipamentos modernos.

Mesmo com o receio pelo curto prazo, Luiz França acredita que “quem conseguir se adaptar vai se beneficiar com a reforma tributária”.

A transição será cara e complicada. O período de testes com alíquotas fixas vai de 2026 a 2032, e até lá as empresas terão que usar dois sistemas ao mesmo tempo, aumentando os custos de administração.

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