Golpistas se passam por funcionários do sindicato da categoria pedindo dinheiro para liberação dos valores. Sindireta alerta que não cobra taxa para servidor ter acesso ao que foi decidido pela Justiça.
Golpistas têm se passado por advogados do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Direta (Sindireta) desde a última sexta-feira (10), quando o governo do Distrito Federal anunciou que vai pagar antecipadamente R$ 300 milhões em precatórios. Segundo relatos de vítimas, os golpistas pedem pagamentos para que os valores a serem recebidos sejam liberados (veja detalhes abaixo).
Precatórios são débitos do governo gerados em processos judiciais em que o Estado perdeu e não pode mais recorrer. De acordo com o presidente do Sindireta, Ibrahim Yussef, os criminosos estão utilizando nome de pessoas que realmente trabalham no departamento jurídico para abordar os aposentados.
Segundo o presidente do Sindireta, Ibrahim Yussef, os bandidos estão utilizando nome de pessoas que realmente trabalham no departamento jurídico para confundir e permitir que os filiados acreditem nesses golpistas.
De acordo com o Sindireta, em um único dia da semana passada, foram nove aposentados alegando ter sido alvos das ligações dos golpistas. Em nota, o sindicato aponta que os golpistas usam o nome de Marconi Marques de Oliveira.
O GDF também alerta que a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) não solicitam dados pessoais dos credores.
“Seja dados bancários, CPF, senhas, e tampouco qualquer pagamento antecipado. O Distrito Federal nem o Tribunal de Justiça requer qualquer tipo de pagamento para os credores receberem esse acordo direto”, alerta o governo da capital.
Vítima
Concursada desde a década de 1990, uma servidora do GDF, que não quis se identificar, disse ter sido vítima da prática. “Eles ligaram falando que eram do Sindireta, e eu tinha que me conectar com um telefone e me deram o número do telefone. Era do escritório do setor jurídico do Sindireta. Era pra pagar as duas certidões pra receber o valor dos R$ 100 mil, porque era urgente”, conta.
A vítima pagou quase R$ 2 mil aos criminosos via PIX. No entanto, o nome do destinatário era diferente do nome do advogado do sindicato. Mesmo assim, ela não desconfiou, porque na conversa por um aplicativo de mensagens, o golpista a convenceu que era advogado do Sindireta.
“Eu acreditei, porque eu conheço já o advogado do Sindireta. Apareceu a foto dele e eu também conheço, assim, a voz dele. Então, eles imitaram muito bem a voz, o logotipo do Sindireta, por isso que eu caí”, explica a vítima.