No ano, o setor acumula uma perda de 18,7%, ou seja, 27% abaixo do ponto mais alto da série, em novembro de 2014
Os efeitos da pandemia do coronavírus fizeram o setor de serviços do Brasil recuar 11,7% em abril na comparação com março, na contração mais intensa da série histórica iniciada em 2011, revela a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira, 17 pelo IBGE.
Em março, que teve apenas os últimos dez dias afetados com o fechamento do comércio não essencial, o setor caiu 6,9% ante o mês anterior. Já abril pega 30 dias de paralisação. Na comparação com abril de 2019, o recuo foi de 17,1%, também o mais intenso da série histórica.
Os serviços, que começava a sofrer com a redução da demanda em fevereiro, tiveram seu terceiro recuo mensal consecutivo e, no ano, acumulam uma perda de 18,7%.
O patamar atual é 27% abaixo do ponto mais alto da série, em novembro de 2014.
Todas as cinco atividades investigadas na PMC tiveram quedas recordes no mês de abril. As maiores foram para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-17,8%) e serviços prestados às famílias (-44,1%). Juntos, os dois setores acumulam quedas de 24,9% e 61,6% em março e abril, quando foram intensificadas as políticas de distanciamento social contra a disseminação da covid-19.
A contração dos serviços aconteceu em 26 das 27 unidades da federação, segundo a pesquisa, com destaque para as perdas de São Paulo (-11,6%) e Rio de Janeiro (-12,7%), que sofreram mais com as perdas dos segmentos de alojamento e alimentação.
A exceção foi Mato Grosso, onde o transporte ferroviário de cargas voltou a crescer em abril em função do escoamento da produção de grãos. A alta de 9%, no entanto, não recupera a perda de 12,6% observada em março, destaca o IBGE.