Durante uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, parlamentares pediram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as operações que levaram ao fechamento do Banco Master decidido pelo Banco Central (BC) recentemente. Leila Barros (PDT-DF) afirmou que já foi apresentado um pedido formal para a criação da CPI e incentivou outros senadores a apoiarem o documento.
Segundo ela, o Banco Central agiu rápido após a aprovação da compra do Master pelo Banco de Brasília (BRB) pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Leila Barros questionou o presidente do BC, Gabriel Galípolo, se o BRB foi uma vítima ou teve participação em alguma irregularidade, mas ele afirmou que não poderia responder a todas as perguntas devido ao sigilo e investigação em andamento.
Outro senador, Esperidião Amin (PP-SC), destacou que a possível CPI pode esclarecer as consequências do caso Master. Ele expressou sua desconfiança no processo afirmando que não apoia a autonomia do BC e questionou o uso de algoritmos para detectar problemas no banco.
Vários senadores levantaram dúvidas sobre a atuação do Banco Central em relação ao Master. Eduardo Braga (MDB-AM) chamou o caso de uma ‘farra no sistema financeiro’ e classificou a situação como um escândalo, afirmando que o fechamento do Master era algo esperado. Jorge Seif (PL-SC) questionou por que a intervenção do regulador só ocorreu quando a situação já estava crítica, ressaltando que o Master representa uma fatia pequena do sistema bancário, mas que terá custos para o Fundo Garantidor de Crédito.
Izalci Lucas (PL-SF) mencionou ter recebido informações do Banco de Brasília sobre tentativas de ajuda ao Master, que inicialmente parecia ser uma operação positiva, mas que na verdade estava comprometida por ativos de má qualidade.
Estadão Conteúdo