Senadores do Brasil tiveram sua primeira reunião de trabalho na noite de sábado em Washington, nos Estados Unidos. A missão oficial à capital americana visa discutir as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, que entrarão em vigor em 1º de agosto. Participaram da reunião Teresa Cristina (PP-MS), Nelsinho Trad (PSD-MS), Esperidião Amin (PP-SC), o astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Fernando Farias (MDB-AL).
O encontro teve caráter preparatório, com o objetivo de atualizar os senadores sobre os temas principais e alinhar os pontos que serão discutidos nas reuniões com legisladores americanos e representantes do setor produtivo dos EUA.
“O objetivo foi promver uma atualização sobre os temas e ajustar as pautas que discutiremos durante a missão. Essa preparação é essencial para garantir uma ação organizada, institucional e estratégica em nome do Brasil”, disse o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e coordenador da missão.
Os senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Jacques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE) devem chegar a Washington neste domingo.
A missão oficial do Senado brasileiro acontece durante o recesso parlamentar nos EUA. A Câmara dos Deputados americana entrou em recesso recentemente, e o Senado deve manter sessões até o dia 31 de julho.
Com o calendário legislativo mais tranquilo, o foco da missão brasileira será o setor empresarial. Recentemente, as negociações entre Brasil e EUA ganharam força, mas ainda não houve avanços significativos, diante do receio de que os americanos impõem novas sanções ao Brasil.
Há previsão de que o presidente dos EUA, Donald Trump, assine nos próximos dias uma ordem executiva para justificar legalmente a cobrança de 50% de tarifa sobre produtos brasileiros a partir de agosto, segundo reportagens. Isso ocorre enquanto uma investigação do Escritório de Representação Comercial dos EUA (USTR) sobre práticas comerciais injustas no Brasil pode levar mais tempo.
Na última semana, senadores dos EUA enviaram uma carta ao presidente Trump criticando a taxação sobre o Brasil. No texto, eles afirmam que se trata de “claro abuso de poder” e que intervir no sistema judicial de outra nação cria um “precedente perigoso” e gera uma “guerra comercial desnecessária”.
Estadão Conteúdo