Marcos do Val, senador do Espírito Santo pelo partido Podemos, viajou para os Estados Unidos sem permissão oficial, contrariando uma ordem do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao retornar ao Brasil no dia 4, o senador foi submetido a medidas de segurança pela Polícia Federal, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Marcos do Val afirma que comunicou as autoridades sobre sua viagem, mas só recebeu resposta após estar fora do país. Ele disse que o propósito era visitar um parque temático com sua filha, sem intenção de fugir da Justiça. Seu passaporte foi apreendido, e ele usou um passaporte diplomático para sair do Brasil.
O senador está sendo investigado no STF, em um processo que apura ameaças a delegados da Polícia Federal. Antes da política, Marcos do Val serviu no Exército e diz ter sido instrutor da Swat, unidade especial das polícias americanas. Ele foi eleito senador em 2018 com 863.359 votos.
Em 2022, o senador revelou que recebeu R$ 50 milhões do chamado orçamento secreto, em troca de apoio à campanha de Rodrigo Pacheco para presidente do Senado.
Em 2023, Marcos do Val contou ter sido convidado a gravar uma conversa com Alexandre de Moraes para tentar prejudicar a credibilidade das eleições de 2022, nas quais Moraes foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Meses depois, foi alvo de operação da Polícia Federal por divulgação de documentos secretos da Agência Brasileira de Inteligência. Suas redes sociais sofreram restrições.
Ele também é investigado por ataques contra o ministro do STF Flávio Dino, com quem teve confronto público durante 2023, quando Dino atuava como ministro da Justiça. Em certo momento, Dino ironizou Marcos do Val dizendo: “Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores”.