Caso do senador também está em análise no Supremo Tribunal Federal. Rodrigues foi encontrado com dinheiro na cueca pela Polícia Federal
O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que foi flagrado escondendo dinheiro nas nádegas, pediu licença do mandato por 90 dias nesta terça-feira, 20. Rodrigues vinha sendo pressionado por aliados para pedir seu próprio afastamento e evitar que processos contra ele avancem no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF), levando a desgaste dos senadores.Ontem, Rodrigues já havia pedido para deixar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. É esse mesmo conselho que discutirá o caso do senador, alvo de uma representação que pode cassar seu mandato por quebra de decoro parlamentar.
Rodrigues tentou esconder 33.000 reais em espécie na cueca durante operação da Polícia Federal na casa do parlamentar, em Boa Vista, no último dia 14. A PF apura suposto desvio de recursos públicos que iriam para o combate à covid-19 em Roraima, estado que tem o pior desempenho no combate à pandemia.
Como não há previsão de reabertura do Conselho de Ética do Senado, não se sabe quando o caso do senador será analisado.
O presidente da comissão, Jayme Campos (DEM-MT), já havia sugerido ontem o afastamento do senador, uma maneira de mostrar que ele “quer, de fato, esclarecer a verdade”, disse Campos. A declaração foi feita após reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na Residência Oficial do Senado, em Brasília.
O senador era ainda membro da comissão externa que justamente fiscaliza os gastos no combate à covid-19, cargo que deixou na semana passada. Rodrigues também deixou a vice-liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro no Senado.
Com o afastamento temporário, não assume mais o cargo de Chico Rodrigues seu suplente, que é o próprio filho, Pedro Arthur (também filiado ao DEM). O parlamentar também não irá receber salários durante o período do afastamento.
Afastamento pelo STF
O caso de Chico Rodrigues é também alvo de análise por parte dos ministros do STF. Já na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso se antecipou à decisão dos senadores da Comissão de Ética e afastou o parlamentar das atividades por 90 dias.
A expectativa era de que o plenário do STF decidisse nesta quarta-feira, 21, se manteria a suspensão do senador. Com a notícia do afastamento, não se sabe ainda se o STF vai manter o plano de analisar a decisão.
Barroso ou pode manter sua decisão de afastamento ou tomar uma nova medida. Se houve uma nova decisão, ela também precisa ir ao plenário do STF. Depois, caso os ministros aprovem as eventuais medidas de Barroso, a decisão sai do STF e precisaria ser confirmada pelo plenário do Senado.