Jorge Messias, advogado-geral da União, está buscando os 41 votos necessários no Senado para se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), uma tarefa que tem sido difícil e isolada. Ele tem buscado o apoio das lideranças dos partidos do Centrão, que demonstram apoio, mas também expressam insatisfação com a falta de coordenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para garantir a aprovação.
Antes resistentes, os líderes do Centrão agora indicam possível apoio após encontros com Messias, embora afirmem que só vão tentar influenciar os votos se o presidente Lula se engajar diretamente. Eles reclamam da ausência de contato governamental solicitando o apoio ao indicado.
Senadores mencionam um desprestígio do Planalto junto ao Senado, destacando que, apesar de terem apoiado o governo em várias crises, não foram consultados sobre a nomeação ao STF. Alegam que Lula escolheu Messias sem ter garantias de votos e não promoveu articulação para melhorar suas chances.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tentou articular a indicação de seu predecessor Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sem sucesso. A vaga no STF é considerada atípica, resultado da aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, o que gerou cobranças para que o presidente Lula compartilhe a escolha com o Legislativo.
Ainda há uma expectativa de que Lula convença Pacheco a concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026, contudo Pacheco demonstra pouco interesse em continuar na política após desgaste na era Bolsonaro.
O tempo para a aprovação de Messias é limitado, com a sabatina marcada para 10 de dezembro, deixando um curto período para alcançar os votos necessários. Enquanto isso, aliados tentam agendar uma reunião entre o presidente Lula e o senador Alcolumbre para restabelecer diálogo e alinhar demandas, com o objetivo de melhorar a relação entre Executivo e Legislativo.
A nomeação oficial depende do envio de mensagem formal para o Senado, que será encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), responsável por avaliar a indicação. Após parecer e sabatina, a votação secreta ocorrerá, precisando do apoio da maioria absoluta dos senadores para aprovação. Finalmente, em caso de aprovação, será publicada a nomeação e marcada a posse no STF.
