Brasília, 15 – Nilton David, diretor de Política Monetária do Banco Central, afirmou nesta quarta-feira, 15, que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ficou decidido que manter a taxa Selic em 15% ajudará a inflação a se estabilizar. Ele ressaltou que caso aconteça algo inesperado, o Banco Central pode ajustar os juros para cima ou para baixo. “Acreditamos que isso levará tempo, por isso falamos em período ‘bastante prolongado'”, comentou.
Nilton também disse que o Banco Central quer evitar oscilações no mercado e planeja cuidadosamente como comunicará suas decisões. Ele pediu para as pessoas não ficarem ansiosas sobre o que significa esse período “bastante prolongado”. “Não é por falta de transparência, mas sim porque os dados ainda não são claros o bastante para darmos qualquer indicação.”, explicou.
O diretor ressaltou que há consenso de que o Banco Central elevou os juros de forma significativa no ano passado e adotou uma política monetária mais restritiva. A decisão de parar de aumentar a taxa em junho deste ano foi considerada “ousada”.
“Mesmo com expectativas difíceis e sem sinais claros de atividade econômica desacelerando, acreditávamos que a política monetária já estava suficientemente rígida para levar a inflação à meta, embora não tivéssemos certeza. Por isso, decidimos interromper os aumentos para avaliar se 15% seria a taxa certa para cumprir esse objetivo.”, lembrou Nilton.
Ele fez essas declarações durante um evento do banco americano Goldman Sachs, realizado paralelamente às reuniões do Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI) e G20, em Washington, EUA.
Estadão Conteúdo