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terça-feira, 12/08/2025

Seguidores de líder religioso são suspeitos de ajudar sua fuga

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Ao menos duas das cinco vítimas dos abusos sexuais praticados por Leandro Matos afirmaram que o pai de santo recebe auxílio de seus seguidores, chamados de “filhos de santo”. O líder religioso está foragido da polícia.

Todas as vítimas frequentavam um terreiro de umbanda em Sobradinho, dirigido por Leandro. Ele simulava incorporações espirituais, alegando que as relações sexuais eram determinadas por entidades.

Segundo o delegado-chefe da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho I), Hudson Maldonado, cerca de 20 pessoas estariam ajudando Leandro de Oxossi a escapar, fornecendo veículos e proteção.

Os seguidores também estariam tentando intimidar as vítimas, que relataram estar sendo perseguidas por carros.

“Ajudar uma pessoa foragida é crime, com pena de até seis meses de prisão. Ameaçar vítimas durante um processo é um delito mais grave, com pena de até seis anos de reclusão”, explicou o delegado.

Maldonado afirmou que se for comprovado que os seguidores atuaram para auxiliar a fuga e intimidar as vítimas, eles poderão responder por associação criminosa. A 13ª DP já tem dados de vários suspeitos e investiga o caso.

A Justiça decretou a prisão preventiva de Leandro após denúncias da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas ele fugiu. As acusações envolvem sete vítimas, incluindo uma adolescente entre 17 e 30 anos, abusadas entre maio e junho de 2024, todas em contexto de exploração da fé.

O pai de santo criava um ambiente de confiança, fazendo as mulheres acreditarem no acolhimento espiritual. Ele selecionava mulheres e as convidava para passar fins de semana na propriedade rural onde funciona o terreiro.

Falsa Incorporação

As vítimas relataram que durante os abusos Leandro dizia estar possuído pela entidade Zé Pelintra, comum em religiões afro-brasileiras, e alegava que os atos sexuais faziam parte de um processo de cura espiritual.

O modus operandi incluía manipulação emocional e rituais que deixavam as vítimas vulneráveis, isoladas e incapazes de pedir ajuda.

Uma vítima contou: “Ele dizia que um orixá me escolheu, que meu corpo canalizava energia, e que o sexo era necessário para me livrar dos maus espíritos”.

Quando a jovem passou a dormir no local, Leandro oferecia chá e suco à noite, mas pela manhã ela acordava com dores e sangramentos.

Em uma ocasião, a vítima adolescente tomou um gole de bebida oferecida, acordou no meio da madrugada com o religioso nu sobre ela. Ele teria tampado sua boca para evitar gritos e cometeu o estupro.

No dia seguinte, ameaçou a jovem dizendo que o irmão dela sofreria retaliações se ela denunciasse, o que fez os abusos continuarem por semanas.

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