Albert Ramdin, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), solicitou nesta terça-feira (24) que os direitos humanos dos migrantes deportados dos Estados Unidos sejam respeitados. O pedido foi feito antes do início da 55ª assembleia geral da OEA.
A política migratória dos EUA, país membro da OEA, tem sido agressiva desde que o presidente republicano Donald Trump assumiu o cargo em janeiro. A maioria dos deportados são latino-americanos que escaparam de crises econômicas, violência ou desastres climáticos em suas nações.
Essa situação causou tensões com países como Brasil e Colômbia, mas houve apoio de nações como El Salvador, que, em março, se dispôs a prender 238 venezuelanos acusados de participação em grupos criminosos.
Durante entrevista coletiva, Ramdin destacou que, enquanto as leis migratórias forem cumpridas nos países, as ações são limitadas. No entanto, ressaltou a importância de garantir que as deportações ocorram de maneira humana, respeitando os direitos das pessoas envolvidas.
Além disso, enfatizou a necessidade de consulta com os países que recebem os deportados. Ele também apontou a importância de abordar as causas que levam as pessoas a emigrar, seja pela falta de documentos ou pelo tempo excedido de permanência nos países.
A assembleia geral da OEA, que ocorrerá em Antígua e Barbuda de quarta a sexta-feira, terá como tema central a crise no Haiti, jurisdicionada para votação de um projeto de resolução.
Ramdin afirmou que o processo será longo e exigirá recursos financeiros e comprometimento do sistema interamericano e dos bancos, visando um futuro mais estável para o Haiti. O comando da iniciativa deve estar nas mãos das autoridades haitianas, em meio à crise política e ao aumento da violência de grupos armados, que uma missão internacional liderada pelo Quênia busca controlar.
Ele destacou a necessidade de ação paralela entre segurança e desenvolvimento político e econômico, alertando que a ajuda humanitária deve ser distribuída somente quando as condições forem seguras. A OEA está elaborando um plano possibilitando que estados-membros indiquem como e quando podem ajudar em diferentes áreas.