Para diminuir os estragos causados pelas chuvas no Distrito Federal, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) aumentou os trabalhos de manutenção e limpeza do sistema que capta a água da chuva. Até agosto, foram limpas, consertadas ou instaladas 3.199 bocas de lobo. Além disso, mais de 21 mil redes também foram desobstruídas diretamente pela Novacap. Considerando as empresas contratadas e as administrações regionais, esse número é ainda maior. Os trabalhos são feitos de forma preventiva e em locais que geralmente alagam com frequência.
Um foco recente é a modernização das tesourinhas na Asa Norte, que receberam melhorias após vistoria em 2024. As antigas tubulações de 200 mm foram trocadas por outras de 400 mm e a estrutura ganhou mais bocas de lobo e poços de visita. “O objetivo foi modernizar essas estruturas para evitar alagamentos nos períodos chuvosos”, explicou a Novacap. Atualmente, os trabalhos continuam com a limpeza das bocas de lobo, começando pelas quadras 116/216 Norte e com previsão para se estender até a Asa Sul, cobrindo todo o eixo rodoviário em cerca de 60 dias, podendo ser prorrogado. A companhia mantém caminhões especializados e equipes que trabalham manualmente diariamente.
Em Ceilândia, mais de 1.300 bocas de lobo foram limpas e 198 novas tampas feitas de concreto, grelhas e tampas de ferro foram instaladas. As equipes priorizam avenidas movimentadas, como as do Centro, Via Leste, Setor P Norte, P Sul, QNR, QNQ, Setor O e Expansão. Em Arniqueira, a primeira fase da rede de captação inclui 600 metros de galeria, com investimento de R$ 2,5 milhões, que direciona a água para um córrego próximo, garantindo seu escoamento.
Segundo a Novacap, as obras seguem um cronograma feito com as administrações regionais, de acordo com as prioridades locais e a capacidade da companhia. A empresa alerta para o problema do descarte incorreto de lixo nas ruas, que bloqueia o sistema e aumenta o risco de alagamentos. “A maior parte do lixo removido são folhas secas e galhos, com restos de construção, garrafas PET e latas em menor quantidade. Diariamente, são retirados cerca de 3 metros cúbicos de materiais dessas ações”, informou a Novacap.
O Jornal de Brasília informou que a Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF) intensificou obras de drenagem, pavimentação e manutenção viária em várias áreas do DF. O planejamento inclui construção de redes de drenagem, pavimentação de ruas, manutenção preventiva, limpeza de bocas de lobo e criação de lagoas para controlar a água, em locais estratégicos. No Sol Nascente, uma das maiores obras de infraestrutura do DF, os trabalhos avançam para a última fase e devem ser finalizados ainda este ano, devido à alta população e histórico de enchentes. Na Colônia Agrícola Samambaia, esforços estão concentrados na instalação de redes de drenagem e pavimentação, feitos preferencialmente em períodos sem chuva. “Investir em drenagem e pavimentação é essencial para melhorar áreas que sofrem há anos com alagamentos e falta de estrutura. Essas ações vão trazer mais segurança, mobilidade e qualidade de vida para milhares de moradores do DF”, disse o secretário de Obras, Valter Casimiro.
No Pôr do Sol, está em andamento o processo para escolher a empresa responsável pelas obras. Em Arniqueira, áreas estratégicas recebem serviços de drenagem, enquanto os programas Drenar Taguatinga e Drenar Ceilândia reforçam o sistema em pontos críticos já identificados. Outros projetos estão sendo desenvolvidos para o Setor de Mansões de Sobradinho II e Morro da Cruz. “No período seco, priorizamos obras de drenagem e pavimentação, que não podem ser feitas com o solo molhado. Durante a chuva, adaptamos os trabalhos para evitar problemas, focando em serviços que não precisam de tempo seco, como instalação de meios-fios, calçadas, abertura de bocas de lobo e paisagismo”, explicou a instituição.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temporada de chuvas no DF acontece entre meados de outubro e o final de março. Dados das últimas décadas mostram que o período chuvoso costuma começar entre os dias 11 e 20 de outubro e terminar entre 21 e 31 de março. O meteorologista Glauber Wilian de Souza explicou que o pico das chuvas ocorre entre novembro e fevereiro, concentrando cerca de 72% da chuva total do período.