O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (25/8) o resultado preliminar do primeiro edital do programa Agora Tem Especialistas, que escolheu 501 médicos para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS). Os profissionais iniciarão suas atividades a partir de 18 de setembro e serão distribuídos em 212 municípios pelo Brasil.
De acordo com a pasta, 67% dos selecionados irão reforçar o atendimento em especialidades como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia em regiões do interior.
As vagas foram definidas conforme as necessidades dos gestores locais, visando ampliar o acesso à saúde nessas áreas e diminuir o deslocamento da população para centros urbanos.
O edital contou com 993 inscrições. Os que não foram selecionados nesta chamada formarão uma lista de espera.
Segundo o cronograma do Ministério da Saúde, o resultado final será divulgado em 10 de setembro. Entre os dias 11 e 18, os médicos selecionados serão apresentados para então iniciarem suas atividades.
Cursos de aprimoramento
Para atuarem no SUS, os profissionais terão acesso a 16 cursos de aprimoramento em várias áreas, incluindo imersões em serviços de referência. Os habilitados receberão bolsa-formação que varia entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, definida conforme a vulnerabilidade social e sanitária dos locais de atuação.
Entre os 501 médicos selecionados, 26% trabalhavam exclusivamente no setor privado, 48% no SUS, e 26% atuavam em ambos os setores. Em média, os especialistas têm 12 anos de formação.
“Exatamente o que buscávamos. Profissionais que, após anos de especialização, querem se atualizar e agora terão essa oportunidade dentro do SUS, sem custo extra”, declarou Alexandre Padilha, ministro da Saúde.
As especialidades mais demandadas foram ginecologia (185), cirurgia geral (106), anestesiologia (93) e otorrinolaringologia (89).
Comissão para análise da Medida Provisória
A Medida Provisória nº 1.301, de 2025, que criou o programa Agora Tem Especialistas, está sob análise de uma comissão mista do Congresso Nacional. A comissão foi instalada em 5 de agosto para avaliar o conteúdo da MP, que é iniciativa do Poder Executivo.
Yury do Paredão (MDB-CE) preside a comissão, com o senador Humberto Costa (PT-PE) como vice-presidente. A relatoria está a cargo do senador Otto Alencar (PT-BA) e, na Câmara, do deputado Duarte Jr. (PSB-MA).
O projeto, lançado em 30 de maio, tem como meta reduzir as filas por consultas e procedimentos especializados no SUS. Os membros da comissão buscam assegurar que o programa atenda adequadamente quem não pode arcar com custos privados.
A medida provisória tem validade até 27 de setembro, prazo para aprovação pelo Congresso. Segundo o ministro Alexandre Padilha, a recepção da MP tem sido positiva, sem críticas ou oposição registrada até o momento.
“Tenho participado das audiências e mantido diálogo com líderes e integrantes da comissão. O texto tem sido bem recebido e esperamos sua aprovação”, afirmou o ministro.