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quarta-feira, 20/08/2025

Saúde pública do DF intensifica cuidados contra doenças de mosquitos

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Depois de passar por um surto de dengue em 2024, o Distrito Federal aumentou as ações para combater o mosquito Aedes aegypti e outras espécies que transmitem doenças virais. No Hospital de Base (HBDF), a equipe de Vigilância Epidemiológica do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF) trabalha diariamente para identificar possíveis casos suspeitos, analisando registros médicos e resultados de exames.

No Dia Mundial de Combate aos Mosquitos, 20 de agosto, a instituição reforça seu compromisso com a prevenção e o monitoramento constante para evitar novos surtos e proteger a população.

A chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HBDF, Thaynara Souza, explica que uma equipe especial foi formada para identificar os casos rapidamente, notificar imediatamente e responder com agilidade. “Recebemos apoio do Nulab [Núcleo de Laboratório], do Lacen [Laboratório Central de Saúde Pública] e do Cievs [Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde], que funciona 24 horas por dia, garantindo rapidez no diagnóstico e registro dos casos”, afirma.

No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), a situação é semelhante. A chefe substituta do núcleo, Maria Elena, informa que a dengue foi a doença viral transmitida por mosquitos mais comum, com 2.103 notificações em 2024 e 164 até agora. Para atender a demanda, foram montadas tendas de acolhimento, criado pronto-atendimento exclusivo para sintomas de dengue e oferecida testagem rápida. “O protocolo é claro: triagem eficaz e encaminhamento correto, seja para UBS [unidade básica de saúde], UPA [unidade de pronto-atendimento] ou internação”, ressalta.

Em março de 2024, o IgesDF lançou um painel para monitorar a dengue, ajudando os gestores a entender melhor o perfil dos pacientes atendidos. De janeiro a agosto deste ano, mais de 57 mil exames foram realizados principalmente no HRSM e nas UPAs de Ceilândia e Recanto das Emas. Essa ferramenta facilita o planejamento das ações, embora ainda não esteja integrada a todos os núcleos, como o do HBDF, que usa um sistema próprio.

Imunização

Um dos avanços mais importantes no combate à dengue foi a inclusão da vacina no SUS, voltada inicialmente para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. No HBDF, já se nota redução nos atendimentos e internações graves em 2025, comparado ao ano anterior. Thaynara Souza destaca que “a proteção oferecida pela vacina já traz resultados positivos”.

No HRSM, Maria Elena atribui parte da queda também às campanhas educativas feitas em parceria com escolas, Corpo de Bombeiros, equipes de limpeza urbana e outros órgãos. “O trabalho conjunto tem sido essencial para fortalecer a prevenção em toda a comunidade”, destaca.

Outras doenças, como chikungunya e febre amarela, também estão sob vigilância das equipes. A vacina contra febre amarela está disponível no SUS, e a expectativa é que futuras imunizações contra essas doenças venham a ser incorporadas ao calendário nacional em breve. Maria Elena complementa que “a ampliação depende da adesão das pessoas e da oferta de doses”.

Inovações

Marlon Ygor, 29 anos, que já teve dengue e recebeu atendimento público, agora vacinado, mantém cuidados em casa. “Sempre confiro se há água parada ou qualquer lugar que possa servir de criadouro para o mosquito”, conta.

Entre as novidades no Distrito Federal está o uso do Aedes aegypti infectado com a bactéria Wolbachia, que bloqueia a transmissão dessas doenças. Essa técnica, cientificamente comprovada, já está sendo aplicada em algumas áreas, prometendo reduzir os casos de infecção.

Neste 20 de agosto, o IgesDF reforça que combater os mosquitos requer vigilância constante, acesso a informações confiáveis, participação da população e confiança na ciência. A prevenção começa com ações simples, como eliminar água parada, e se fortalece com políticas públicas eficazes e a colaboração de todos.

*Informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)

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