Doença pode estar relacionada com a Covid-19
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) emitiu no início desse mês uma Nota Técnica a todos os hospitais públicos e privados informando sobre a notificação obrigatória de casos suspeitos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). A doença tem acometido crianças e está possivelmente associada com o novo coronavírus.
A criança desenvolve uma resposta inflamatória sistêmica significativa, manifestada após ter sido diagnosticada com o novo coronavírus ou ter tido contato próximo com caso confirmado da Covid-19.
De 29 de julho até 11 de agosto, quatro casos foram notificados à Divep. Duas crianças são moradoras do DF e outras duas residem em outros estados, mas o atendimento médico foi no DF. Em todos os casos houve necessidade de internação. As idades variam de 0 a 12 anos. Todas já receberam alta hospitalar.
“Por ser uma doença nova, com poucos estudos clínicos no país e no mundo, não é possível ainda saber o aspecto clínico completo dessa enfermidade. Então é importante que os profissionais de saúde se atentem aos principais sintomas e notifiquem imediatamente para que a investigação epidemiológica possa ocorrer o mais precoce possível”, destacou a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da SES, Renata Brandão.
Sintomas
A maioria dos casos relatados no Brasil, e no mundo, de crianças com suspeita da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, apresentaram febre persistente por mais de três dias acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir manchas vermelhas pelo corpo, pressão baixa, conjuntivite, sinais de inflamação no nariz, mãos ou pés, problemas gastrointestinais agudos (diarreia, vômito ou dor abdominal), comprometimento de múltiplos órgãos e alteração dos marcadores inflamatórios.
Os exames laboratoriais dos casos estudados indicam infecção atual ou recente pelo novo coronavírus ou ainda vínculo epidemiológico com caso confirmado da doença. Por isso, a síndrome está sendo associada à Covid-19. Porém esta relação causal ainda não foi estabelecida e permanece em investigação.
“Profissionais que tenham atendido nos últimos meses crianças com quadro clínico que se enquadrem nessa definição podem inclusive notificar esses casos retroativamente no sistema”, frisou Renata.