O período passado na prisão foi descrito como “muito difícil”, “exaustivo” e “um pesadelo” por Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França. Nesta segunda-feira (10/11), ele participou de uma audiência no Tribunal de Apelação de Paris para solicitar sua libertação.
“É uma situação difícil, certamente para todos os detentos, e eu diria até que é exaustiva”, declarou o ex-presidente após a audiência que durou quase uma hora. Nicolas Sarkozy foi condenado em 25 de setembro a cinco anos de prisão por conspiração no julgamento do caso líbio e disse que nunca imaginou ter que esperar até os 70 anos para experimentar a prisão.
Ele também agradeceu aos funcionários da prisão de La Santé, em Paris, por demonstrarem grande humanidade, o que tornou mais suportável o que ele chamou de pesadelo.
Nicolas Sarkozy é o primeiro ex-chefe de Estado francês desde a Segunda Guerra Mundial a ser preso. Sua condenação foi relacionada à formação de quadrilha vinculada ao suposto financiamento ilegal de sua campanha presidencial em 2007, envolvendo o ex-presidente líbio Muammar Kadhafi. Porém, ele foi absolvido da acusação de corrupção.
Durante o processo, o tribunal reconheceu que Sarkozy facilitou o retorno da Líbia ao cenário internacional e prometeu absolver Abdallah Senoussi, cunhado de Kadhafi, condenado à prisão perpétua por um atentado aéreo em 1989.
Nicolas Sarkozy mantém a sua inocência, alegando a falta de provas contra ele, e anunciou que recorrerá da sentença. Já os procuradores franceses pediram sua libertação, argumentando que os riscos de conluio e pressão sobre testemunhas justificam uma libertação sob supervisão judicial.
Se aceito o pedido, Nicolas Sarkozy poderá sair da prisão de La Santé. De acordo com a lei francesa, a prisão antes da decisão final de recurso é uma medida excepcional.
