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segunda-feira, 10/11/2025




Sarkozy condenado por financiamento ilegal da campanha com apoio da Líbia

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Nicolas Sarkozy foi sentenciado nesta quinta-feira (25/9) pelo tribunal francês por envolvimento em organização criminosa no caso de financiamento irregular da campanha presidencial de 2007 com recursos da Líbia, mas foi liberado da acusação de corrupção. O tribunal indicou que, em troca do apoio do regime líbio, Sarkozy teria facilitado o retorno da Líbia à arena internacional e prometido livrar Abdallah Senoussi, cunhado do ditador Muammar Kadafi, que cumpre prisão perpétua pelo atentado ao voo DC-10 da UTA em 1989, que causou 170 mortes.

O ex-presidente francês manteve sua posição de inocência até o fim e declarou que não há evidências contra ele, além de anunciar que pretende apelar da decisão. Essa acusação representava o risco de punição mais grave para o ex-mandatário.

Sarkozy, que tem 70 anos, já havia sido condenado no ano anterior a um ano de prisão por corrupção e tráfico de influência no processo conhecido como “caso das escutas”, tendo usado tornozeleira eletrônica entre janeiro e maio, algo sem precedentes para um ex-presidente na França, até entrar com recurso na Corte Europeia de Direitos Humanos.

O ex-presidente foi considerado culpado por participação em quadrilha, mas inocentado no que tange a corrupção, em investigação sobre o financiamento suspeito da campanha de 2007 pelo regime de Muammar Kadafi. A juíza Nathalie Gavarino destacou que Sarkozy permitiu que seus aliados buscassem apoio financeiro junto ao governo líbio.

Dois ex-integrantes próximos a Sarkozy, Claude Guéant e Brice Hortefeux, também foram condenados: Guéant por corrupção passiva e falsificação de documentos, e Hortefeux por formação de quadrilha. A juíza ainda irá determinar as sentenças a serem aplicadas.

Em abril deste ano, após três meses de audiências, o Ministério Público da França solicitou sete anos de prisão e multa de 300 mil euros contra Sarkozy, a pena mais severa requerida pelos promotores especializados em crimes financeiros. Para os demais 11 réus, as penas solicitadas são de um a seis anos.

Histórico do caso

Sarkozy é acusado de firmar, durante seu mandato como ministro do Interior no final de 2005, um acordo ilícito com o então líder líbio Muammar Kadafi, por intermédio de seus colaboradores próximos, como Claude Guéant e Brice Hortefeux, para que o regime líbio financiasse sua campanha presidencial.

As acusações envolvem crimes de corrupção, ocultação de desvios de recursos públicos, financiamento ilegal de campanha e conspiração criminosa.

Sarkozy enfrenta possibilidade de pena de até 10 anos de prisão, multa de 375 mil euros (aproximadamente 2,4 milhões de reais) e perda dos direitos civis e políticos por até três anos, o que o tornaria inelegível.




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