As mães dos bebês vieram de estados do Nordeste e apresentaram sintomas de infecção por zika no início da gestação
A cidade de São Paulo tem dois casos de microcefalia com suspeita de relação com o zika vírus. As gestantes vieram de Estados do Nordeste e tiveram sintomas da infecção nos primeiros meses de gravidez.
“Quando elas ainda estavam no Nordeste, tiveram febre e manchas vermelhas no corpo. Quando elas chegaram em São Paulo já não havia mais risco de transmição”, disse o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das mulheres deu à luz na semana passada, no Hospital Municipal Mário Degni, no Butantã, zona oeste da capital. Ela engravidou na Paraíba e passou o início da gestação naquele Estado, onde 96 casos de microcefalia já foram registrados. A segunda está com 36 semanas de gestação, mas a má-formação já foi diagnosticada durante um exame de imagem feito na Santa Casa de São Paulo. Ela veio de Pernambuco, estado com o maior número de registros até agora: 487.
O rastreamento dos casos foi possível graças a uma nova regra estabelecida pela secretaria no dia 11 de novembro, após o aumento de casos de microcefalia no país. “Orientamos todas as maternidades de São Paulo a, além de fazer o registro de microcefalia no momento do nascimento, buscar em exames de imagem, como ultrassons, suspeitas da má-formação e notificar a vigilância local quando há casos suspeitos”, explicou o secretário.
A capital paulista tem uma média de 10 a 15 casos de microcefalia por ano, causados por outros fatores como rubéola e consumo de drogas. Neste ano, já haviam sido notificados 12. Mas os dois novos casos são os primeiros com suspeita de relação com o zika. Até agora também não foram registrados casos autóctones (de transmissão interna) na cidade.
Foram confirmados dois casos autóctones do zika vírus no estado de São Paulo: um em Sumaré e outro em São José do Rio Preto.
Gravidez – O secretário reiterou a recomendação dos técnicos federais afirmando que as mulheres não devem ser desencorajadas a engravidar, mas devem redobrar os cuidados. “A dengue é potencialmente mais grave para uma grávida do que o zika porque pode causar a morte da gestante ou um aborto. O que deve ser feito é redobrar o cuidado com o combate ao mosquito, porque aí estaremos nos prevenindo da dengue e do zika”, disse o secretário.