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quinta-feira, 31/07/2025

Sanção de Trump a Moraes não garante volta política de Eduardo Bolsonaro, dizem aliados

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Marianna Holanda e Bruno Ribeiro
São Paulo, SP (FolhaPress) – A sanção do governo Donald Trump contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, não assegura que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vá se recuperar politicamente, segundo aliados da direita e do centrão.

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) relataram que Eduardo tem adotado um discurso cada vez mais radical, criticando até bolsonaristas como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), resultando em seu isolamento no grupo.

Ao celebrar as sanções financeiras contra Moraes pela Lei Magnitsky, Eduardo deixou claro que continuará sua luta, afirmando que “a vitória não é o fim de nada” e que outras sanções podem vir contra ministros do STF e seus familiares.

Mesmo com este sucesso, a avaliação é que, pela sua postura e pelo impacto da sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros, a recuperação política de Eduardo para um projeto eleitoral está comprometida.

Alguns bolsonaristas acham difícil superar o mal-estar causado pelas tarifas americanas, enquanto outros preferem esperar os próximos desdobramentos.

Trump assinou as tarifas em 30 de agosto, excluindo certos produtos essenciais. Eduardo afirmou ter trabalhado para que as medidas atingissem o alvo correto, protegendo ao máximo o povo e o setor produtivo brasileiro.

As críticas a Eduardo são feitas com cuidado, pois ele é visto como ativo contra Moraes, considerado inimigo do bolsonarismo, e por respeito ao filho do ex-presidente.

Políticos reconhecem discretamente que a postura de Eduardo está cada vez mais agressiva.

Um assessor de Eduardo comentou que, após sua viagem aos EUA e o inquérito aberto por Moraes, ele não teve alternativa a não ser intensificar suas críticas.

Por outro lado, um aliado do ex-presidente teme que essa atuação possa dividir o campo político e favorecer o governo Lula (PT). Bolsonaro parece mais pragmático e evita confrontos públicos.

Antes das tarifas, já havia tensão entre pai e filho, amenizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), irmão mais velho de Eduardo.

Bolsonaro inicialmente desaprovava a permanência do filho nos EUA, mas depois mudou de opinião, apesar de recente comentário sobre a imaturidade do parlamentar.

Eduardo tem criticado figuras de direita e tentado boicotar senadores em Washington, inclusive aliados antigos.

Próximos a Eduardo negam radicalismo e dizem que as divergências são comuns na política, atribuindo as críticas a “fogo amigo”.

Uma pessoa próxima ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, acha que as declarações recentes de Eduardo foram inadequadas, citando um vídeo onde ele incentiva empresários brasileiros a investir nos EUA para evitar sanções.

“Se você, empresário brasileiro, quiser investir aqui nos Estados Unidos, é só vir para cá que em poucas semanas seu processo avança”, disse Eduardo.

A análise é que Eduardo só poderia voltar ao Brasil se houvesse uma anistia para Bolsonaro e um impeachment de Moraes. Ele era visto como um dos nomes para representar o grupo do pai em 2026, considerando a inelegibilidade do ex-presidente.

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