Cerca de 53 mil servidores públicos no Brasil recebem remunerações acima do limite legal estabelecido para o funcionalismo, aponta estudo encomendado pelo Movimento Pessoas à Frente e pela República.org divulgado em 26 de novembro. O país despendeu aproximadamente R$ 20 bilhões entre agosto de 2024 e julho de 2025 em pagamentos que superaram o teto salarial, sendo o maior valor registrado entre dez países analisados.
Foram avaliados dados da Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Itália, México, Portugal e Reino Unido.
O custo de R$ 20 bilhões, referente aos pagamentos que ultrapassam o teto, é o maior entre os países consultados e supera em 21 vezes o valor gasto pela Argentina, que ocupa a segunda posição.
Esses salários elevados concentram-se principalmente em três setores: a magistratura, com despesas de R$ 11,5 bilhões; o Ministério Público, com R$ 3,2 bilhões; e o Executivo Federal, que gastou R$ 4,33 bilhões, sendo 82% desses valores da Advocacia-Geral da União e das procuradorias federais.
De acordo com o levantamento conduzido pelo pesquisador da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e auditor da Controladoria-Geral da União (CGU), Sérgio Guedes-Reis, cerca de 53,5 mil servidores ativos e aposentados recebem acima do limite legal de R$ 46,4 mil.
Estes compõem 1,34% de uma amostra de 4 milhões, enquanto a maioria, aproximadamente sete em cada dez, tem remuneração mensal de até R$ 6 mil, segundo dados da República.org.
Entre os que ganham acima do teto, cerca de 40 mil servidores pertencem ao 1% mais rico da população brasileira, com renda anual superior a R$ 685 mil. Aproximadamente 11 mil juízes recebiam acima de US$ 400 mil, com valores ajustados pela paridade de poder de compra.
O estudo também destacou casos internacionais de países como o Chile, Reino Unido e Estados Unidos, que implementaram medidas eficazes para diminuir desigualdades salariais no serviço público.
