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quinta-feira, 25/12/2025

Sai Francisco, entra Leão XIV: mudanças na Igreja Católica em 2025

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A Igreja Católica enfrentou em 2025 um período de transformação significativa. O papa Francisco, falecido em 21 de abril aos 88 anos devido a complicações de um AVC, deixou um legado de reformas e abertura pastoral. Em maio, durante um conclave de dois dias, o Colégio de Cardeais escolheu o norte-americano Robert Francis Prevost como seu sucessor.

Assumindo o nome de Leão XIV, Prevost tornou-se o primeiro papa dos Estados Unidos, assumindo a liderança da Igreja após 12 anos do pontificado de Francisco.

A morte do papa argentino encerrou um ciclo de forte visibilidade social da fé católica. Elevado ao pontificado em 2013 após a renúncia de Bento XVI, Francisco foi o primeiro papa sul-americano e jesuíta.

Seu trabalho trouxe a Igreja para discussões ambientais, para o diálogo político global e para o acolhimento de fiéis até então marginalizados, como a comunidade LGBTQIA+. Também promoveu o debate sobre maior presença feminina no Vaticano.

Após a morte do pontífice, o Vaticano passou por um período de luto e realizou um conclave ágil, apesar do aumento no número de cardeais eleitores — 133. A fumaça branca apareceu no segundo dia, após a quarta votação, com rapidez semelhante à dos conclaves de 1978 e 2005.

Quem é Leão XIV

Nascido em Chicago e com 69 anos, Robert Francis Prevost, agora papa Leão XIV, viveu grande parte de sua vida religiosa no Peru, onde trabalhou por mais de dez anos.

Conhecido pelo perfil reservado e pela sólida formação em direito canônico, destacou-se por liderar o Dicastério para os Bispos e a Comissão Pontifícia para a América Latina.

O nome Leão XIV presta homenagem a Leão XIII, que iniciou a doutrina social moderna da Igreja com a encíclica Rerum Novarum, tratando da dignidade no trabalho.

Reformas sociais

As expectativas quanto ao novo papa concentram-se na continuidade das reformas iniciadas por Francisco. Leão XIV declarou que manterá o acolhimento aos fiéis LGBTQIA+ e incentivará a ampliação da participação feminina em cargos de liderança. Contudo, ele afirmou que não busca mudanças doutrinárias em temas delicados.

“Todos são bem-vindos. Mas os ensinamentos da Igreja permanecerão os mesmos”, declarou em entrevista publicada no livro Leão XIV: Cidadão do mundo, missionário do século XXI.

Sobre a ordenação feminina, mantém postura conservadora e não pretende abrir debates sobre o assunto, uma das maiores reivindicações dentro do catolicismo.

Especialistas indicam que o papa optará por uma trajetória gradual, buscando diálogo sem aprofundar divisões internas geradas por discussões recentes.

Diplomacia com novo estilo

Mesmo sendo o primeiro papa norte-americano, Leão XIV evita se envolver diretamente nas polarizações políticas dos EUA. Demonstra preocupação com discursos de ódio e o tratamento dado a imigrantes, evitando referências explícitas a figuras políticas, diferentemente do que fazia Francisco.

Acompanha com prudência o conflito em Gaza, sem se posicionar sobre acusações de genocídio contra Israel.

Com vasta experiência missionária junto a comunidades pobres e migrantes, o papa promete que seu pontificado será pautado pela defesa da dignidade humana e pela busca da paz em tempos de conflito.

Abusos, finanças e desafios internos

Leão XIV mantém postura de tolerância zero para casos de abuso sexual, mas demonstra preocupação com eventuais falsas acusações contra membros do clero.

Assume o Vaticano enfrentando uma situação financeira delicada, embora reconheça que a recuperação já está em andamento.

Quanto à liderança da Igreja, continuará promovendo uma gestão mais participativa, porém de modo menos simbólico e intenso do que no pontificado anterior.

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