Sabesp divulgou nesta segunda-feira (10) um lucro líquido ajustado de R$ 1,28 bilhão no terceiro trimestre, valor 9,5% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior, atendendo às expectativas do mercado. O relatório destacou estabilidade nas receitas e redução nos custos.
A empresa, reconhecida como a terceira maior no setor de água e saneamento no mundo, apresentou um Ebitda ajustado de R$ 3,2 bilhões, um aumento de 14,7% comparado ao ano anterior.
Os analistas previam, em média, lucro de R$ 1,28 bilhão e Ebitda de R$ 3,25 bilhões para este trimestre, segundo dados da IBES, da LSEG.
A receita operacional líquida da Sabesp no período foi de R$ 5,47 bilhões, praticamente estável em comparação com o mesmo trimestre de 2024. Já os custos e despesas diminuíram quase 16%, atingindo R$ 2,26 bilhões, ambos valores ajustados.
Desafios hídricos
A companhia enfrentou no terceiro trimestre uma queda significativa nos níveis dos reservatórios de água em São Paulo, afetados por chuvas abaixo da média. As represas da região estavam com 28,2% da capacidade na segunda-feira, abaixo dos 31,5% do final do trimestre anterior.
Daniel Szlak, diretor financeiro, comentou que embora o nível dos reservatórios esteja um pouco abaixo do histórico, o ano hidrológico começou com sinais de recuperação e as reservas começaram a subir no início de novembro.
Até 2026, a Sabesp planeja adicionar cerca de 8 metros cúbicos por segundo de água, dentro de um total estimado de 22 metros cúbicos até 2030, ao investir em projetos de reuso, recarga e conexões entre mananciais.
A aquisição da estatal Emae no início de outubro oferece acesso ao reservatório da Billings e possibilita projetos de despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, que contribuirão para a recarga dos mananciais até 2030.
Daniel Szlak também mencionou obras para interligar sistemas e completar o que chamou de ‘rodoanel’ de represas.
No trimestre, a Sabesp fez 91 mil novas ligações de água, 175 mil de esgoto e 350 mil para tratamento. O alcance das metas de universalização até 2029 foi de 141% para fornecimento de água, 125% para esgoto e 92% para tratamento.
Sobre a revisão das tarifas após a privatização, Szlak afirmou que o reajuste inicial pode ser difícil, mas que ao final da década seu impacto será menor. Referiu-se ao contrato que envolve cálculo da base de ativos e ao Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento (Fausp) como amenizadores.
Ele informou que a remoção de descontos para grandes consumidores gerou receita adicional de R$ 130 a 140 milhões no terceiro trimestre, e que o tema deve ser resolvido após a segunda rodada de revisões.
A Sabesp planeja investir R$ 70 bilhões para cumprir as metas até 2029 e já captou R$ 13 bilhões dos R$ 40 a 50 bilhões em financiamentos necessários.
O caixa da empresa em setembro era de R$ 11,6 bilhões, com uma relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 1,9 vez, ligeiramente acima dos 1,7 vez do mesmo período do ano anterior.
Szlak explicou que a captação de recursos está sendo feita de forma gradual devido ao alto custo do dinheiro e que uma nova operação de captação de R$ 5 bilhões deve ser concluída até o dia 14.
