A Rússia declarou na terça-feira (7/10) que o possível envio dos mísseis de cruzeiro Tomahawk pelos Estados Unidos para a Ucrânia representa uma grave escalada no conflito regiona. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ressaltou o perigo nuclear dessas armas e o impacto que isso pode ter ao aumentar as tensões entre Rússia e países ocidentais.
Segundo Peskov, tal decisão resultaria em uma escalada séria, mas não modificaria o cenário da batalha para o governo de Kiev. Ele também destacou que os Tomahawks podem ser equipados com ogivas nucleares, o que ele considera extremamente preocupante.
Esta declaração ocorreu após comentários do ex-presidente Donald Trump, que indicou estar próximo de decidir quanto ao envio dos Tomahawks, esperando saber o uso que Kiev pretende dar a eles.
Peskov também afirmou que o Kremlin aguarda definições mais precisas por parte de Washington, mencionando que durante a administração Biden os EUA geralmente enviavam armamentos antes de anunciar formalmente essas ações.
Alerta de Putin sobre as consequências do envio dos Tomahawks
“Isso pode destruir nossas relações, ou ao menos a melhora que vinha surgindo,” afirmou o líder do Kremlin.
Capacidade e influências dos mísseis Tomahawk
Os Tomahawks têm um alcance de até 2.500 quilômetros, podendo alcançar não só alvos na Ucrânia, mas também áreas dentro da parte europeia da Rússia, incluindo a capital Moscou. O vice-presidente americano JD Vance confirmou que os EUA estudam fornecer esses mísseis aos aliados da Otan, que poderiam encaminhá-los a Kiev. Porém, a decisão final ainda depende do ex-presidente Donald Trump.
Esse episódio intensifica a tensão atual entre Rússia e Estados Unidos, poucos meses depois do encontro entre Trump e Putin no Alasca. Desde então, o diálogo entre os dois países tem piorado, marcado por críticas públicas e acusações de pouca disposição para a paz.
Enquanto Trump classificou a Rússia como um “tigre de papel”, Putin rebateu, sugerindo que talvez a verdadeira ameaça venha da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que não teria capacidade de conter o avanço russo no Leste Europeu.