Com o avanço recente dos Estados Unidos na área, o governo da Rússia afirmou que a saída militar da Armênia não está prevista nas negociações entre os dois países. O embaixador russo em Erevan, Sergey Kopyrkin, declarou isso em entrevista na segunda-feira (29/9).
Segundo o diplomata, a 102ª Base Militar Russa, situada em Guiumri, é fundamental para manter a estabilidade na região e garantir a proteção da Armênia.
O pronunciamento ocorre em meio ao acordo de paz entre Armênia e Azerbaijão, que visa encerrar um conflito que dura 37 anos no Sul do Cáucaso. O tratado foi assinado em agosto deste ano pelos líderes dos dois países, com supervisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O avanço nas negociações para a paz aconteceu em março, quando Erevan e Baku finalizaram o texto do acordo. As últimas questões pendentes foram resolvidas em uma reunião entre Nikol Pashinyan e Ilham Aliyev na Casa Branca.
Um dos pontos do pacto que favorece os EUA é a criação de um corredor que irá conectar o Azerbaijão ao exclave azeri de Naquichevão, território localizado dentro da Armênia, mas que será administrado pelos norte-americanos.
Essa passagem, nomeada simbolicamente como “Rota Trump para a Paz e Prosperidade Internacional (TRIPP)”, deve ser gerida pelos Estados Unidos, embora ainda não esteja definido se tropas americanas serão enviadas para lá.
A movimentação dos Estados Unidos para estabelecer presença na região tem gerado desconforto para países influentes na área, como a Rússia e o Irã, ambos aliados históricos da Armênia.
Apesar do acordo ter sido assinado em agosto, a implementação do plano de paz não iniciou. Os detalhes sobre o funcionamento da TRIPP permanecem incertos.