Após a saída das tropas francesas da região, o governo da Rússia busca ampliar ainda mais sua presença militar no continente africano. Nesta quinta-feira (14/8), o ministro da Defesa russo, Andrey Belousov, garantiu “apoio total para assegurar a estabilidade na região” durante reunião com líderes locais.
Belousov se encontrou com os ministros da Defesa de Mali, Níger e Burkina Faso para debater a colaboração entre Rússia e os países da região do Sahel. Após o encontro, foram assinados memorandos de entendimento entre os ministros da Defesa dos quatro países. Os detalhes das negociações permanecem confidenciais.
Esses três países são atualmente governados por juntas militares, decorrentes de golpes de Estado que transformaram não apenas o cenário local, mas também o equilíbrio geopolítico da África.
A principal motivação para esses golpes foi a insatisfação com a luta contra grupos jihadistas, que tornaram a região um centro do terrorismo nos últimos anos. Por isso, Mali, Níger e Burkina Faso formaram um pacto de defesa conjunta através da Aliança dos Estados do Sahel (AES) logo após os militares assumirem o poder.
Além disso, essas nações africanas se afastaram da França, antiga potência colonial que exercia forte influência nos governos locais. Como resultado, as tropas francesas foram expulsas pelas juntas militares de Mali, Níger e Burkina Faso.
Como alternativa, esses países africanos buscaram estreitar sua cooperação com a Rússia, que já atuava no continente por meio do antigo Grupo Wagner, hoje conhecido como Africa Corps.