O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que derrubou 251 drones ucranianos na última noite de domingo, caracterizando um dos maiores ataques desde o início do conflito em fevereiro de 2022. O ataque resultou em duas mortes na região de Belgorod, próxima à fronteira com a Ucrânia.
De acordo com o comunicado divulgado no Telegram pelo Ministério, 40 drones foram abatidos sobre a Crimeia, região anexada por Moscou em 2014, 62 sobre o Mar Negro e 5 no Mar de Azov.
Na cidade russa de Tuapse, à beira do Mar Negro, drones atingiram uma refinaria de petróleo, causando um incêndio que deixou duas pessoas feridas. Em Belgorod, cerca de 5.400 moradores estão sem energia elétrica após ataques com mísseis e drones ocorridos no domingo e durante a madrugada, conforme informou o governador Vyacheslav Gladkov no Telegram.
O exército ucraniano declarou ter atacado uma importante fábrica de explosivos no oeste da Rússia e um terminal petrolífero na Crimeia. Kiev também afirmou que Moscou lançou 116 drones contra seu território durante a última noite, atingindo uma instalação de energia na região de Chernihiv, no norte, e causando a morte de uma mulher na região de Kherson, no sul do país.
Ataques contra infraestrutura energética
Desde o início da ofensiva em fevereiro de 2022, a Rússia tem realizado ataques quase diários com drones e mísseis contra a Ucrânia, que responde com ataques similares ao território russo, focando especialmente em refinarias e infraestruturas energéticas. Nos últimos dias, Moscou também intensificou as investidas contra a rede elétrica ucraniana, criando temores de privação de energia e aquecimento durante o rigoroso inverno.
Conforme análise do Instituto Americano para o Estudo da Guerra, a Rússia controla total ou parcialmente cerca de 19% do território ucraniano, incluindo a Crimeia e áreas do Donbass.
Componentes estrangeiros em armamentos russos
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou que milhares de componentes usados nos mísseis e drones russos são fabricados nos Estados Unidos, Alemanha, Japão e outros países. Segundo ele, durante os recentes ataques, foram empregados mais de 102 mil componentes importados, incluindo sistemas de informática, sensores e microprocessadores.
Zelensky ainda citou a China, Taiwan, Reino Unido, Suíça, Coreia do Sul e Holanda, acusando-os de não impedir o fornecimento desses materiais à Rússia. Ele afirmou também que mísseis russos do tipo Iskander e Kinzhal utilizam tecnologias americanas, destacando os esforços do ex-presidente Donald Trump para tentar encerrar o conflito.
Zelensky mencionou que medidas já foram propostas para controlar essas transferências de componentes e que seus parceiros possuem detalhes sobre as empresas e produtos a serem monitorados.