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quarta-feira, 24/09/2025

Rússia responde com ironia a crítica de Trump: “Não somos tigres de papel”

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O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião na terça-feira (23/9), em Nova York (EUA), para debater o conflito na Ucrânia. Pouco antes desse encontro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontrou-se com Volodymyr Zelensky e surpreendeu ao mudar sua postura. Durante a ocasião, Trump declarou que já não acreditava na vitória das tropas russas, o que marcou uma grande mudança, considerando que, até pouco tempo atrás, ele sugeria que Zelensky deveria ceder territórios para acabar com a guerra.

Junto ao presidente ucraniano na sede da ONU, Trump fez críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, sem mencionar seu nome. Ele afirmou que a situação econômica da Rússia está muito difícil e que a Ucrânia está cumprindo bem sua função de resistir ao exército russo. Segundo o presidente americano, a guerra, que deveria ter sido rápida, ainda está longe de terminar após três anos e meio de combates intensos.

Mais tarde, nas redes sociais, Trump foi ainda mais longe, dizendo que Kiev poderia recuperar os territórios perdidos e até avançar mais, classificando a Rússia como um “tigre de papel”.

Essa crítica aberta de Donald Trump ao líder russo representa uma notícia positiva para a Ucrânia, que há muito esperava por esse posicionamento.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou surpresa e satisfação com essa mudança, afirmando que a mensagem de Trump é um ponto de virada muito importante e que os Estados Unidos agirão em breve.

Trump deu um prazo de um mês para Vladimir Putin antes de tomar medidas concretas. Ele ressaltou que a Ucrânia teria condições de recuperar seus territórios originais e até avançar, sem entrar em detalhes sobre o papel que os Estados Unidos terão no conflito daqui em diante.

Segundo Trump, uma guerra que já dura três anos e meio sem um rumo definido deveria ter sido vencida rapidamente por uma potência militar verdadeira.

Resposta irônica do Kremlin

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondeu com sarcasmo às declarações de Trump na quarta-feira (24/9). Ele comparou a Rússia a um urso, e não a um tigre, dizendo que não existe “urso de papel”. Apesar das críticas, Moscou demonstrou apreço pelos esforços de Trump para tentar resolver a crise.

Peskov destacou que as relações entre Washington e Moscou têm avançado muito pouco e que o progresso na linha de frente favorece a Rússia. Ele reafirmou que a operação militar especial continua para proteger os interesses russos e alcançar os objetivos estabelecidos desde o início pelo presidente do país, pensando no presente e no futuro da Rússia.

O porta-voz também comentou que, apesar das sanções e pressões internacionais, a economia russa permanece estável, reconhecendo que há desafios em alguns setores.

Até o momento, as tentativas de encontrar uma solução diplomática para o conflito não tiveram sucesso, em razão das posições difíceis entre Moscou e Kiev quanto ao fim da guerra, ao cessar-fogo e a um possível encontro entre os líderes dos dois países.

A Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano, exigindo que a Ucrânia ceda cinco regiões e renuncie à entrada na Otan. Por sua vez, a Ucrânia rejeita essas condições e solicita o envio de tropas ocidentais para sua proteção — uma proposta inaceitável para Moscou.

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