A Rússia efetuou neste domingo (7/9) a maior ofensiva aérea contra a Ucrânia desde o começo do conflito. Autoridades ucranianas informaram que foram lançados mais de 800 drones e 13 mísseis contra a capital Kiev. Pelo menos duas pessoas faleceram, incluindo um bebê de três meses e sua mãe.
Um prédio central do governo foi atingido pela primeira vez. O gabinete de ministros, que abriga setores de alto escalão, teve danos após um ataque no distrito histórico de Pechersky. Ainda não se sabe se o local foi atingido diretamente ou por destroços de drones derrubados.
“Esses assassinatos agora, quando a diplomacia real já poderia ter começado há muito tempo, são um crime deliberado e uma continuação da guerra”, declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em uma publicação na rede X. Ele voltou a pedir reforço imediato dos sistemas de defesa aérea por parte dos aliados.
Desde a noite passada, equipes trabalham para conter os danos causados pelos ataques russos – com mais de 800 drones e 13 mísseis, entre eles 4 balísticos. Segundo informações preliminares, vários drones ultrapassaram a fronteira entre a Ucrânia e a Bielorrússia.
Em Kiev, em áreas residenciais, destroços causaram incêndios e desabamentos, forçando dezenas de famílias a evacuarem suas casas. Equipes de resgate atuam na remoção dos escombros e no combate às chamas.
De acordo com o porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuriy Ihnat, 747 drones e 4 mísseis foram abatidos, mas ainda ocorreram 56 ataques de drones e 9 impactos de mísseis em 37 localidades.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou a ofensiva, informando que os alvos foram fábricas de armamentos, arsenais, depósitos de drones, aeródromos e pontos onde se concentravam soldados ucranianos e mercenários estrangeiros.
Até então, Moscou evitava atingir prédios governamentais em Kiev, o que levava a crer em uma nova escalada do conflito. A ação acontece em um momento sem avanços significativos nas negociações para um cessar-fogo.
O líder do Kremlin, Vladimir Putin, rejeita propostas de mediação e parece fortalecido pelo estreitamento dos laços com a China. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou crescente descontentamento com Moscou, embora ainda evite sanções mais duras. Ele se comprometeu a oferecer garantias de segurança à Ucrânia, o que poderia facilitar futuras negociações.
Putin afirmou estar disponível para um encontro com Zelensky, porém somente se este ocorrer em Moscou, e apenas mediante resultados concretos. Mantém a posição firme de que a ofensiva continuará sem concessões às demandas de Kiev.
Zelensky, por sua vez, rejeitou a proposta declarando que a sugestão de viajar até Moscou evidencia a falta de desejo da Rússia em realizar o encontro.