O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, encontrou-se com o chanceler cubano, Benjamin Rodríguez Parrilla, na quarta-feira (24/9), durante a 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York. Conforme comunicado oficial, a reunião ocorreu de maneira “confiante e construtiva”, reforçando a parceria estratégica entre Moscou e Havana.
Ambos os ministros ressaltaram o compromisso de manter um diálogo político dinâmico, além de ampliar a cooperação nos setores comercial e econômico.
Segundo a chancelaria russa, Lavrov reiterou a posição firme do Kremlin sobre a necessidade urgente de encerrar o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba. Ele também defendeu que Havana seja retirada da lista americana de “Estados patrocinadores do terrorismo”.
A agenda das conversas também contemplou discussões sobre a coordenação em fóruns multilaterais, como a ONU e os Brics, assim como a convergência de posturas diante de questões regionais e globais.
O embargo norte-americano a Cuba, em vigor desde os anos 1960, é um dos principais pontos de discordância entre Havana e Washington. Em junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu a política contra a ilha ao proibir o turismo americano e aumentar sanções a empresas ligadas aos militares cubanos.
Cuba afirma que o bloqueio acentua a crise econômica e social, que tem gerado protestos devido à escassez e à restrição de liberdades. Para o governo de Miguel Díaz-Canel, as medidas impostas pelos EUA são causas diretas das dificuldades enfrentadas pelo povo cubano.
Ainda que não seja membro pleno, Cuba passou a integrar recentemente os Brics como país parceiro, categoria criada em 2025 para ampliar a participação de nações do Sul Global nas discussões do grupo. Essa condição assegura a Havana espaço em cúpulas e fóruns temáticos, fortalecendo sua aproximação com países como Brasil, Rússia e China.
Recentemente, Cuba e China reafirmaram o compromisso de expandir e fortalecer a cooperação bilateral em setores estratégicos.