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segunda-feira, 01/09/2025

Rússia paga até R$182 mil para russos lutarem em guerras africanas

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Mesmo enfrentando um conflito em seu próprio território, a Rússia não desistiu de ampliar sua influência militar na África. O governo de Vladimir Putin mantém uma campanha ativa para recrutar cidadãos russos interessados em combater nas regiões africanas através do Africa Corps — uma nova estrutura que substitui o antigo Grupo Wagner.

O que é o Africa Corps?

A trajetória do Africa Corps está ligada ao extinto Grupo Wagner, uma organização militar privada fundada por Yevgeny Prigozhin. Embora o Kremlin nunca tenha confirmado apoio ao Wagner, o grupo atuou em prol dos interesses russos em conflitos como os da Síria, Ucrânia e várias nações africanas.

Em 2023, mercenários do Wagner lideraram uma rebelião contra o governo russo durante o conflito na Europa Oriental. Após poucos dias de motim e negociações intermediadas pelo presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, Prigozhin retirou seus homens da cidade russa próxima a Moscou. Dois dias depois, Prigozhin faleceu num acidente aéreo com circunstâncias ainda desconhecidas.

Com a morte de seu líder, a organização paramilitar sofreu um vácuo de comando. O governo russo respondeu criando o Africa Corps para incorporar os mercenários do Wagner como membros oficiais vinculados ao Ministério da Defesa da Rússia.

Os contratos são estabelecidos diretamente com o Ministério da Defesa, que controla o grupo desde sua fundação em 2023. Os salários anuais variam de 1,1 a 2,7 milhões de rublos (aproximadamente R$ 74 mil a R$ 182 mil). As missões têm como objetivo proteger os interesses militares e econômicos russos na África.

Além disso, os combatentes do Africa Corps recebem bônus de 400 mil rublos (cerca de R$ 27 mil) por missão de combate. As vagas oferecidas abrangem funções de motoristas, instrutores militares, tradutores e especialistas em guerra eletrônica, defesa aérea e drones.

Expansão da influência militar russa na África

Após sucessivos golpes militares na região do Sahel, a presença da Rússia no continente africano cresceu. Aproveitando a instabilidade, Moscou substituiu os mercenários do Wagner pelo Africa Corps para assumir o espaço deixado por regimes caídos em países como Mali, Níger e Burkina Faso.

Esses golpes ocorreram em resposta à percepção de ineficácia na contenção de grupos terroristas que migraram do Oriente Médio para a África, como o Estado Islâmico (ISIS). Com os militares no poder, tropas dos EUA e França foram expulsas, enquanto a Rússia passou a ser considerada uma alternativa para reforçar a segurança regional.

Burkina Faso foi o primeiro país africano a receber tropas do Africa Corps em janeiro de 2024. Atualmente, o grupo está presente oficialmente no Mali e Níger, países que enfrentam desafios semelhantes relacionados ao terrorismo.

Renovação do compromisso russo com a segurança africana

Em 14 de agosto de 2024, durante visita ao continente, o ministro da Defesa russo, Andrey Belousov, renovou o compromisso da Rússia em apoiar a estabilidade na África. Ele se reuniu com seus colegas dos ministérios da Defesa de Mali, Níger e Burkina Faso, assinando acordos de cooperação e entendimento entre os países.

De acordo com Belousov, a intenção é continuar prestando assistência ampla para fortalecer a estabilidade da região, reforçando a parceria entre a Rússia e as nações africanas.

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