O governo da Rússia acusou a Armênia, antiga aliada na região do Cáucaso, de buscar uma proximidade maior com a Ucrânia por motivos políticos. Essa informação foi divulgada nesta quarta-feira (12/11) pelo Ministério das Relações Exteriores russo.
Em nota oficial, o órgão afirmou que a Inteligência Estrangeira da Rússia interceptou mensagens entre Erevan e a chancelaria da França. Nessas comunicações, foi revelado um plano da Armênia para substituir as importações de grãos provenientes da Rússia pelos produtos ucranianos.
“Durante anos, a Armênia comprou grãos da Rússia. Agora, por razões políticas, as autoridades armênias querem se distanciar de Moscou e apoiar a Ucrânia, adquirindo parte dos grãos necessários deste país. O problema é que o preço do grão ucraniano é mais do que o dobro”, destacou o comunicado.
Em resposta, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, negou as acusações e afirmou que o país não tem interesse em substituir os grãos russos pelos ucranianos. “Isso não é possível. É um completo absurdo”, declarou o premiê em entrevista à imprensa local.
Afastamento da Rússia
A Armênia, que foi uma república soviética, tradicionalmente esteve alinhada às políticas de Moscou. Entretanto, essa situação mudou em 2023, durante o conflito no enclave armado de Nagorno-Karabakh, dentro do Azerbaijão.
Na ocasião, Baku retomou o território habitado por armênios étnicos sem muita resistência. No conflito, a Armênia acusou a Rússia de ter abandonado o país e os armênios de Nagorno-Karabakh durante a ofensiva de cerca de 24 horas.
Desde então, Erevan tem se aproximado do Ocidente. Um marco importante ocorreu em agosto deste ano, com a assinatura de um acordo de paz entre Armênia e Azerbaijão, sob a mediação do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar disso, o acordo ainda não foi implementado completamente.