Rússia confirmou neste domingo (2/11) que está em contato constante com o governo da Venezuela em meio às tensões causadas por ações dos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico, além de exercícios militares próximos à costa venezuelana. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a Rússia cumpre vários compromissos contratuais com Caracas, sem dar detalhes sobre um possível pedido do presidente Nicolás Maduro para o fornecimento de sistemas de mísseis, radares e aeronaves.
“Estamos em contato com nossos aliados na Venezuela. Temos diversas obrigações contratuais”, disse Peskov. Ele enfatizou que Moscou deseja assegurar que a situação permaneça tranquila.
“O mundo já está cheio de conflitos. Não precisamos de mais nenhum.”
O diálogo ocorre logo após a aprovação, no final de outubro, de um tratado de cooperação estratégica entre Rússia e Venezuela pelo parlamento russo, a Duma Estatal. Este acordo, inicialmente assinado em maio durante a visita do Maduro a Moscou, expande a colaboração em áreas como energia, mineração, transporte, comunicações, segurança e combate ao terrorismo.
De acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, a ratificação é “especialmente relevante” diante da pressão sem precedentes dos EUA sobre Caracas.
Tensão entre EUA e Venezuela
A Venezuela enfrenta uma escalada de tensões com os Estados Unidos, que desde setembro realizaram mais de 15 intervenções contra embarcações em águas internacionais do Caribe e do Pacífico, supostamente transportando narcóticos, causando ao menos 64 mortes.
Recentemente, o governo norte-americano avaliou realizar ações contra instalações de produção de cocaína e rotas de tráfico no país sul-americano, embora o presidente Donald Trump tenha negado ter tomado decisões definitivas sobre ataques.
Há quase vinte anos, Caracas adquire armamentos russos. Atualmente, o país possui o sistema de defesa aérea mais moderno da América Latina, contando com aproximadamente 5 mil mísseis de curto alcance Igla-S e caças-bombardeiros Sukhoi Su-30MK2, fabricados na Rússia e estrategicamente posicionados para garantir a proteção nacional, conforme ressaltado pelo Maduro.
