A Rússia declarou seu pleno apoio à Venezuela no contexto de uma crise geopolítica envolvendo os Estados Unidos. A posição russa foi manifestada após o governo Trump autorizar a deslocação de navios militares para as águas próximas à costa venezuelana, justificando a ação como parte de uma campanha para combater um cartel de drogas supostamente vinculado à Venezuela.
O comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, sob a liderança do presidente Vladimir Putin, ressaltou o compromisso com a proteção da soberania da Venezuela e repudiou veementemente quaisquer formas de pressão política externa sobre nações soberanas.
Em Moscou, o diplomata venezuelano Jesús Salazar Velásquez detalhou os esforços do governo para preservar a estabilidade interna diante das crescentes ameaças externas. Em reunião com o vice-ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, Ryabkov Sergey Alekseevich, foram discutidas estratégias para reforçar a colaboração bilateral e aprofundar a aliança estratégica entre os dois países.
As ameaças se referem ao envio de três navios armados com mísseis guiados e cerca de quatro mil soldados. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo dos Estados Unidos pretende empregar todos os recursos disponíveis para combater cartéis de drogas no continente.
Rússia e Venezuela mantêm uma parceria diplomática consolidada, incluindo acordos para o enfrentamento ao terrorismo, controle de armamentos e cooperação mútua em questões de segurança. O presidente Maduro busca ampliar essas colaborações para se proteger contra a possível intervenção militar dos Estados Unidos.
Além da mobilização de milhões de milicianos, a Venezuela intensificou as patrulhas com navios e drones nas áreas costeiras e reforçou o contingente militar na fronteira com a Colômbia.
Contexto do deslocamento dos navios norte-americanos
Atualmente, três navios de guerra dos Estados Unidos estão a caminho das proximidades das águas venezuelanas, transportando aproximadamente quatro mil soldados. A movimentação segue a declaração dos EUA que classificam Maduro como líder do cartel de Los Soles, acusação esta sem evidências concretas, inserida em uma nova abordagem norte-americana para o combate ao tráfico internacional de drogas.
Os navios enviados possuem capacidades avançadas, como mísseis guiados. Um desses navios, o USS Minneapolis-Saint Paul (LCS 21), esteve recentemente envolvido em apreensões de drogas na região do Caribe.
O governo venezuelano rejeita as alegações e afirmou que não permitirá a entrada das embarcações na sua zona costeira. Buscando apoio para proteger seu território, o país deslocou navios, helicópteros, drones e 15 mil militares para a fronteira com a Colômbia.