O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, se encontrou nesta quarta-feira (24/9) na margem da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O encontro aconteceu um dia após a reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov e Rubio trocaram opiniões sobre o conflito na Ucrânia, reafirmando a vontade de buscar uma solução pacífica baseada nos acordos alcançados na cúpula bilateral em Anchorage, Alasca.
O chanceler russo destacou a disposição de Moscou em colaborar com Washington para tratar das causas profundas do conflito, porém criticou planos de Kiev e seus aliados europeus, que segundo ele, buscam prolongar a guerra.
Em nota oficial, o Departamento de Estado informou que Rubio reforçou o apelo do presidente Trump para o fim imediato da violência, defendendo que a Rússia tome medidas significativas para permitir uma resolução duradoura.
O comunicado também ressaltou que os dois lados reconheceram a importância de reabrir os canais diplomáticos interrompidos desde 2021 e de restaurar o funcionamento regular das missões diplomáticas.
O encontro ocorreu durante a semana de alto nível da Assembleia Geral da ONU, marcada por discursos e negociações paralelas sobre o conflito. Na terça-feira (23/9), Trump e Zelensky se reuniram pela quarta vez desde o retorno do republicano à Casa Branca.
Durante a conversa, Zelensky destacou avanços militares recentes e pediu novas sanções contra Moscou. Trump elogiou a resistência de Kiev e afirmou que a Ucrânia deve agir agora, ressaltando as dificuldades econômicas enfrentadas pela Rússia.
O Kremlin respondeu na quarta-feira às declarações de Trump. O porta-voz Dmitry Peskov ironizou a descrição de Moscou como “tigre de papel”: “A Rússia é mais frequentemente associada a um urso. Não existem ursos de papel, e a Rússia é um urso de verdade”, declarou.
Apesar do retorno do diálogo entre os chanceleres, as negociações de paz permanecem estagnadas. Moscou insiste no reconhecimento das áreas ocupadas, incluindo a Crimeia, enquanto Kiev mantém que só aceitará um acordo que restaure plenamente suas fronteiras.
