Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, expressou séria preocupação nesta quinta-feira (23/10) sobre a votação realizada no Parlamento israelense, Knesset, que pode ampliar a soberania israelense na Cisjordânia, colocando em risco a delicada trégua em Gaza.
Antes de sua viagem para Israel, Rubio destacou que os Estados Unidos não apoiam essa decisão neste momento, pois ela pode ser prejudicial e comprometer os esforços pela paz na região.
Sessão realizada na quarta-feira (22/10) aprovou análise de dois projetos que ampliam a soberania israelense sobre a Cisjordânia, território contestado entre israelenses e palestinos. Esta medida ocorre paralelamente à visita de JD Vance, vice-presidente americano, com o propósito de apoiar o cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza.
Rubio ressaltou que, apesar de Israel ser uma democracia e ter o direito de discutir essas questões, o momento atual é inadequado para tais decisões. Ele afirmou que o ex-presidente Donald Trump também desaprova essas ações no contexto presente.
O secretário frisou que a aprovação desses projetos pode ameaçar seriamente a estabilidade do cessar-fogo alcançado em outubro de 2025, conforme o plano proposto por Trump.
A posição contra a anexação pela administração dos EUA não é isolada, com o ex-presidente Trump também se opondo a formalizar a anexação da Cisjordânia, considerada por grande parte da comunidade internacional como parte de um futuro Estado palestino. Esta visão diverge da extrema-direita israelense que apoia a expansão da soberania sobre áreas ocupadas.
Durante sua visita a Israel, Rubio deverá encontrar-se com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros líderes para reforçar a posição dos EUA e fomentar a manutenção da trégua.
Rubio enfatizou: “Estamos empenhados em garantir que as tentativas de diminuir o conflito em Gaza não sejam prejudicadas por iniciativas unilaterais que aumentem as tensões”.
Internacionalmente, a decisão da Knesset gerou inquietação, incluindo críticas da União Europeia e das Nações Unidas, que apoiam a solução de dois Estados e rejeitam ações que a comprometam. A ONU condena regularmente a ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, classificando-os como ilegais segundo o direito internacional.
A visita de Rubio e Vance ocorre num momento de crescente violência e tensão relacionadas ao cessar-fogo, que visa desarmar o Hamas, retirar forças israelenses de Gaza e reconstruir a infraestrutura palestina destruída pela guerra.
No entanto, as negociações têm sido complexas devido à resistência do Hamas a desarmar e às acusações mútuas de violações do cessar-fogo.
Rubio também demonstrou preocupação com a intensificação de ataques por colonos extremistas na Cisjordânia e afirmou que os EUA permanecem atentos a qualquer fato que possa desestabilizar os esforços de paz na região, ressaltando a importância de promover estabilidade em vez de conflito.