Após mais de 100 dias cumprindo prisão domiciliar, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, viu a rotina do Condomínio Solar de Brasília, situado no Jardim Botânico, retornar à normalidade. Durante esse período, a presença persistente de seguidores, opositores e da imprensa diminuiu significativamente.
Nos primeiros momentos da prisão, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a vizinhança do condomínio, de classe média alta, enfrentou dias agitados marcados por manifestações intensas, vigílias e forte cobertura jornalística, que alteraram o cotidiano dos moradores e comerciantes locais.
A detenção domiciliar do ex-presidente iniciou em 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares relacionadas à sua participação em uma manifestação bolsonarista realizada no Rio de Janeiro via telefone, fato que foi amplamente divulgado pelos seus filhos Carlos e Flávio Bolsonaro nas redes sociais.
Bolsonaro agora aguarda uma possível prisão em regime fechado devido a uma condenação por liderar uma trama golpista. Sua defesa, entretanto, pretende solicitar que ele cumpra a pena em prisão domiciliar, no mesmo local onde está atualmente.
Nos dias iniciais, a movimentação externa ao condomínio era intensa, com apoiadores e opositores se alternando nas manifestações, o que impactava o comércio local e a sensação de segurança dos moradores. Com o passar do tempo, as manifestações diminuíram e a comunidade pôde retomar uma vida mais tranquila.
A empresária Maria Amélia, proprietária da confeitaria local, relatou que, ao contrário do esperado, os últimos 100 dias não prejudicaram seu negócio, que chegou a se tornar um ponto turístico para curiosos interessados em conhecer o local onde Bolsonaro reside.
Apesar de algumas reclamações quanto a gritos e perturbações causadas por transeuntes externos, Maria Amélia destaca a fé e resistência demonstradas pela família do ex-presidente para enfrentar esta fase difícil.
Ela expressa ainda a frustração com a normalização atual, desejando que os apoiadores retomem as manifestações de forma mais intensa, como aconteceu no início da prisão domiciliar.
Outro morador, Natália Magalhães, comenta que a maior preocupação inicialmente era com segurança e trânsito, que foram gradualmente normalizados após o término do julgamento no STF. Já Matheus Godoi manifesta apreensão sobre os desdobramentos futuros e a forma como a comoção popular será administrada, ressaltando a importância de preservar os direitos dos moradores e o respeito à privacidade da região.
