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sexta-feira, 05/12/2025

Riscos e desafios para continuidade das usinas nucleares Angra 1 e 2

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Em Brasília

Carlos Zarattini destacou a existência de diversos riscos iminentes e pouco notados no setor nuclear, que, embora financeiramente menores que o problema relacionado à Usina Angra 3, representam ameaças econômicas, financeiras e físicas significativas para a sociedade caso não sejam tratados com a devida urgência.

Autoridades governamentais relataram à Comissão Mista de Orçamento que as usinas Angra 1 e Angra 2 enfrentam riscos de continuidade após 2030, motivados principalmente por desafios financeiros ligados à construção de um depósito definitivo para os rejeitos nucleares, conhecido como projeto Centena.

André Carneiro, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), explicou que a extensão da vida útil da usina Angra 1 necessita de investimentos na ordem de R$ 3 bilhões. Ele alertou para as dificuldades financeiras enfrentadas pela Eletronuclear, que recorreu a empréstimos de curto prazo para sua operação atual, comparando essa situação ao uso do crédito rotativo de um cartão para despesas cotidianas.

Uma alternativa mais sustentável seria a emissão de R$ 2,4 bilhões em debêntures, porém essa iniciativa depende da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca do acordo entre a Eletrobras, agora privatizada, e a União.

Alexandre Caporal, diretor da Eletronuclear, enfatizou o risco de insolvência da empresa, ressaltando que as indefinições em torno da usina Angra 3, cuja construção está paralisada há mais de uma década, acarretam custos aproximados de R$ 1 bilhão anuais.

O projeto Centena, destinado ao armazenamento dos rejeitos nucleares, originalmente previsto para 2013, está agora estimado para ser concluído até 2030, conforme relato do auditor do TCU.

Além disso, foi evidenciada a insuficiência de recursos para a estruturação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, órgão responsável pela fiscalização do setor, que foi implantado neste ano. Recentemente, ocorreram pelo menos três incidentes envolvendo rejeitos nucleares, indicando a necessidade de reforço na segurança.

Quanto às obras públicas, a única com potencial risco significativo, a BR-040 na subida da Serra de Petrópolis, no Rio de Janeiro, já teve sua situação resolvida com uma nova licitação para concessão realizada neste ano. Apesar disso, a comissão ainda analisará o caso, que vem sendo objeto de apontamentos pelo tribunal desde 2014.

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