O governo do Rio de Janeiro oficializou o tombamento do antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) pelo Ministério da Cultura. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já havia aprovado a preservação do edifício em 26 de novembro.
Construído em 1910, o prédio serviu inicialmente como sede da Polícia Federal, quando o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Entre 1962 e 1975, foi utilizado como sede do Dops, órgão responsável por ações repressivas durante a ditadura militar (1965-1985).
Durante esse período, o local foi palco de perseguições, prisões, interrogatórios e torturas contra opositores do regime. Para o Iphan, tombar o edifício reafirma o compromisso de conservar os locais que testemunharam graves violações dos direitos humanos no país.
Desde 2011, o prédio permanece desocupado devido ao risco de desabamento. Existe a intenção de transformar o espaço em um centro dedicado à memória dos direitos humanos, proposta apoiada pelo Ministério Público Federal (MPF).
Leandro Grass, presidente do Iphan, destacou que essa medida presta homenagem às pessoas que sofreram tortura, perseguição, morte ou desaparecimento por defenderem a liberdade. Ele ressaltou que, ao proteger o patrimônio, contribui-se para que as futuras gerações evitem repetir os erros do passado.

