Pesquisadores identificaram um dos mecanismos envolvidos no chamado “efeito rejuvenecedor” do sangue de pessoas jovens. A equipe mostrou pela primeira vez que proteínas encontradas no soro de indivíduos abaixo dos 30 anos promovem o rejuvenescimento das células da pele humana somente quando interagem com células da medula óssea.
A descoberta, publicada em 25 de julho na revista Aging, foi possível graças a um sistema avançado de “órgão-em-chip”, que simulou em laboratório a conexão entre pele e medula, permitindo observar mudanças moleculares ligadas ao envelhecimento.
No experimento, cientistas da empresa alemã de dermocosméticos Beiersdorf AG compararam o efeito do soro de doadores jovens com o de doadores com mais de 60 anos. O soro jovem sozinho não apresentou efeito relevante sobre o tecido cutâneo.
Contudo, quando exposto a células da medula óssea, o soro jovem induziu a produção de 55 proteínas diferentes — sete delas com ação comprovada na melhoria dos fibroblastos e queratinócitos envelhecidos, estimulando a proliferação celular, a produção de colágeno, aumento da atividade mitocondrial e redução da “idade biológica” das células.
Os resultados foram avaliados por parâmetros como metilação do DNA, taxa de divisão celular e metabolismo energético. Esses dados indicam que a influência do sangue jovem depende não apenas dos seus componentes diretos, mas também da resposta das células da medula óssea, que atuam como mediadoras do processo.
Os autores destacam que o estudo foi realizado exclusivamente em modelos de tecido cultivado em laboratório por um período máximo de cinco semanas. Estudos em organismos vivos serão necessários antes de qualquer uso clínico.
Mesmo assim, essa pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de novos ingredientes antienvelhecimento — a serem aplicados na pele ou por via injetável — e até para a identificação de biomarcadores para monitorar o envelhecimento da pele.